domingo, janeiro 23, 2005

"Finding Neverland"

Vi este filme ontem "dia 22-01-2005".
Nos últimos 3 anos, nenhum outro filme, me tinha feito chorar tanto quanto este.
Dizem que é baseado numa história verídica.
Se é não sei. Sei que o filme esta muito bem construido. Faz-nos a nós pensar o quao necessário é também encontrarmos esse local na nossa imaginação.
A terra do Nunca. Já milhões de vezes esta temática foi falada e retratada por diversas pessoas que de uma maneira ou outra tentavam dar a imagem que estava dentro deles. Eu sempre senti uma grande necessidade de encontrar a minha terra do nunca. Sempre precisei dela para manter a minha sanidade mental e aguentar o dia a dia nesta vida. A verdade é que nunca tinha percebido o quão essa terra esta interligada com o nosso dia a dia.
Temos realmente de libertar a nossa mente e deixa-la voar por ai fora. Mas também temos de saber viver essa fantasia e transforma-la em realidade.
E claro. Temos de saber interligar os dois mundos.
Sai do filme e fui até ao Tejo Bar. Engraçado é que ao chegar lá, bar ao qual já não ia a 3-4 meses, senti-me logo em casa.
O Mané chamou-me logo para falar dos seus últimos livros.
Ficamos numa conversa amena e bem disposta. Entretanto, sem mais nada ofereceu-me o livro "O apelo da Selva", só porque tinha falado com ele no passado sobre este livro e o tinha ajudado num outro conto que ele escreverá sobre a Floresta Amazónica.
Depois o bar foi enchendo e chegando mais pessoas.
Curioso é que na mesa onde eu estava com o Mané, chegou uma menina que tinha levado um bolo e champanhe. Fazia anos. Chegaram os amigos dela. Ficamos todos na mesma mesa a comemorar, a falar, a discutir, a formular ideias e piadas.
Entretanto a conversa desenrolava-se calmamente e super divertida.
Quando dei por mim, estava a falar de teatro e personagens, ideais e projectos com uma menina que tinha ido ali.
Falavamos e falavamos e parecia que a conversa nunca mais parava. Tudo decorria com naturalidade e suavidade.
Sai dali com a alma novamente fortalecida e um sorisso nos lábios.
Mas ao sair para ir para casa, dou por mim novamente triste. Tinha voltado a sentir a falta da tua mensagem no telemóvel. Tinha sentido a falta do toque e do carinho que me davas.
Tinha voltado a ser envolto por um manto negro e pesado.
Agora, ao chegar a casa e a escrever estas letras é assim que me sinto.
Será que no Tejo Bar encontrei a minha NEVERLAND???
Será que afinal a terra do nunca existe?
Epá... Existe sim. E é um local fantastico que durante algum tempo nos acolhe e aquece. Deve ser diferente para cada um de nós. Mas para mim foi ali no Tejo Bar que a encontrei.
No entanto não posso viver lá.
Tenho de vir cá para fora continuar o meu dia a dia. E cá fora, (e admito que em certos momentos lá dentro) continuo a ter saudades de ti.
Preciso de ti.

Mas a vida continua. E há-de continuar de uma maneira ou de outra.

José