quinta-feira, dezembro 15, 2005

"MP3 não há 2 sem 3"

Eu não acreditei quando vi isto escrito assim...:

"MP3 não há 2 sem 3"

Fiquei chocado... mesmo num estado hipotético entre o choque, o riso e a incredibilidade sentida no momento.
Ainda agora não estou em mim...
Voltava eu do regresso de uma peça de teatro, desculpem, peça não, digamos antes ensaio teatral, e vinha a pensar no que tinha visto e etc... quando olho para um cartaz com esta frase escrita. Claro, informatico como sou, abri logo os olhos atentamente para perceber como é que uma frase tão absurda vai parar a um outdoor gigantesco na cidade universitária.
E qual não é o meu espanto quando reparo que ao lado da frase esta a fotografia de, nada mais nada menos, o candidato Mário Soares...

Meus amigos... Entrei em delírio mesmo.
O Mário Soares... que eu apesar de tudo até tinha em alguma consideração, estar num cartaz ao lado de uma frase destas... "MP3 não há 2 sem 3"... Será que já não basta o que já por si é um circo, esta campanha e os candidatos que nela participam... e ainda conseguem piorar mais as coisas?

Bem, mas quem sou eu para criticar...
Apenas vim mesmo deitar mais uma diarreia cerebral...

Só espero conseguir tirar esta frase da minha cabeça... Ainda é pior que as músicas pimba.:S

"Just Feel Better"

Hoje vim mesmo só partilhar a música que tenho andado a ouvir por ai a toda a hora e sempre que posso.

Uma música de 2 mestres da música. Músicos que pertenceram ao meu passado e que felizmente ainda cantam e fazem delícias destas.

Além do belíssimo e até bastante emocionante texto, uns arranjos músicais divinos, se tal adjectivo serve para caracterizar esta música. E por fim, uma voz sonante e penetrante. Que nos preenche os sentidos e invade a alma.

Carlos Santana trata da guitarra...
Steven Tyler dá a voz...

E o resultado é a música número 5 do cd "All That I Am"

Que por motivos óbvios não deixo aqui, mas transcrevo a letra... A música... para os mais coerentes e amantes de boa música, dirijam-se a discoteca mais perto, para os restantes... epá... há sempre o emule...:P

"FEEL BETTER

She said, I'll feel stranded
And I can't tell anymore
If I'm coming or I'm going
It's not how I planned it
I've got a key to the door
But it just won't open

And I know, I know, I know
Part of me says let it go
That life happens for a reason
But I don't, I don't, I don't
Cause it never worked before
But this time, this time
I'm gonna try anything to just feel better

Chorus
Tell me what to do
You know I can't see through
The haze around me
And I'll do anything to just feel better
I can't find my way
God I need a change
And I'll do anything to just feel better
Any little thing to just feel better

She said I need you to hold me
I'm a little far from the shore
And I'm afraid of sinking
You're the only one who knows me
And who doesn't ignore,
That my soul is leaking

And I know, I know, I know
Part of me says let it go
Everything must have its season
Around, around it goes
Everyday's the one before
But this time, this time,
I'm gonna try anything to just feel better

chorus repeat

bridge
I'm tired of holding on
To all the things I oughta leave behind
It's really getting old and
I think I need a little help this time"

Credits

Written by Jamie Houston, Buck Johnson and Damon Johnson / Published by John And Nancye's Son's Music (ASCAP) / Seven Peaks Music (ASCAP), Buck On The Run/Hou & Co. Music (ASCAP),
Sweet Sanctuary Songs (ASCAP)/Hou & Co. Music (ASCAP)

domingo, dezembro 11, 2005

Textos perdidos nas Brumas do Pensamento... 4

(sem data)

"Olho, olho para o vazio e vejo...
Vejo tudo aquilo que a vida nega existir...
Vejo tudo aquilo que nos recusamos a alcançar...
E ao ver apenas invejo!
Invejo o poder viver em liberdade...
Invejo o poder avançar sem receios...
Sem receio de me perder nas outras ideias,
Sem receio de abrir a alma a novos sentimentos,
E poder avançar, avançar sem olhar para trás...
Sem perder o contacto com o passado...
Sem perder o apoio das minhas raizes...
No entanto sem olhar para trás...
Avançar no tunel escuro,
Avançar apenas com a Fé...
Sempre na esperança de ver a Luz no fundo
Sempre a lutar para a alcançar,
Sabendo a partida que nunca a alcançarei,
Mas sempre LUTANDO,
Lutando sem parar,
Sem descançar,
No entanto olho...
Olho e vejo...
A Luz está farta, farta de esperar,
Esperar que alguém lute,
que alguêm lute para lá chegar!
É tão fácil a gente acomodar-se...
É tão fácil dizer: "Já fiz a minha parte."
É tão fácil dizer: "Agora é a vez dos outros."
Então e nós?
Tornamo-nos vegetais?
Desistimos de lutar?


Desistam se quizerem...



Eu não quero...........................................................................

Textos perdidos nas Brumas do Pensamento... 3

Lisboa, 21 de Julho de 2000

"Algures na vida vi-A...
Caminhava calmamente pelo passeio;
Em volta tudo se movia em stress;
Tudo passava a voar;
E Ela caminhava docemente,
Transpirando beleza e paixão!
A lua vendo-A, não sentia nada mais que inveja;
Inveja da sua pele pálida;
Branca como a neve em cima das montanhas,
Pura como só a neve o é!
E eu, quando A vi, senti-me como a neve que derrete,
Assim, tal como a neve exposta ao sol,
Também o meu coração derretia,
Escorria corpo abaixo, transformando em lágrimas,
Lágrimas que escorriam aos pares face abaixo,
Deslizando pelo nariz, queixo, e, quando tocavam no chão,
Iam formando um enorme e formoso lago.
Um lago que nascia da DOR, TRISTEZA e NOSTALGIA!
Nostalgia por saber que Ela era um Ser Intocável,
Inalcançável, um Ser perfeito!
Ela, no seu jardim, permanecia pura e casta,
E eu, cá em baixo, perdido no stress, caos, na confusãode mais um dia!
Esta visão durou segundos, milésimos até,
No entanto, permaneceu guardada na minha memória,
Guardada de tal forma que só a morte poderá apagar!"

Textos perdidos nas Brumas do Pensamento... 2

Lisboa, 22 de Julho de 2000

Ontem fui Louco!
Ontem enfrentei tudo e todos!
Ontem ousei confessar todos os meus mais recatados pensamentos!
E isso, que me trouxe?

Hoje, fui mais Louco!
Hoje, declarei guerra a tudo e todos!
Hoje, enviei a confissão que ontem ousara escrever!
E isso, que me trouxe?

Amanhã saberei!
Amanhã ou vencerei ou serei, novamente, derrotado!
Amanhã será o Primeiro dia do resto da minha vida!

Neste momento, olho para a frente, e nada vejo!
Toda a minha vida passou a ser, de novo, um mistério!
Sem certezas, sem rumos, sem...
No entanto fui Louco.
Louco, Louco, Louco!!!
E, sinceramente, não me arrependo!
Fiz aquilo que o coração ordenou,
Fui eu, apenas eu...!
Espontâneo, Louco, FELIZ!
Subi ao céu,... e quase toquei as estrelas!

NÃO, NÃO ME ARREPENDO!!!

Textos perdidos nas Brumas do Pensamento... 1

Pois é...

Hoje gastei algum tempo em arrumações. E qual não é o meu espanto quando encontrei alguns textos escritos na minha velha máquina de escrever.
Escritas antigas, perdidas na memória de mim mesmo.
No entanto eles são um pedaço meu.
Mesmo sendo coisas caquéticas resolvi ganhar um pedacinho de tempo e transcrevê-los para aqui, sem mudar uma única palavra"

"Lisboa, 21 de Julho de 2000

Antes, quando costumava sentir-me infeliz, costumava cantar uma canção, que aprendi num dia já distante, nos escuteiros...:

Hoje
Foi um dia diferente dos outros,
Porque eu até amei e fui amado,
Hoje
O sol brilhou de verdade,
Tudo foi claro e com bondade.
Foi a luz da vida que quiz brilhar,
Foi a festa e a alegria de poder cantar,
Cair num rio num mar
Que não tem fim
Nada pode parar a força que vai em MIM!
Foi hoje,
Foi hoje,
Foi hoje...
E será sempre... Assim!

Nunca me considerei uma pessoa voltada para as palavras.
Uma pessoa que sabia sempre o que havia de dizer.
Sempre que queria escrever algo, só gastava papel.
Não saia nada de jeito.
Por isso desisti. Parei de tentar forçar.
De vez em quando, ainda dizia algo de jeito,
Ainda fazia alguns versos ou letras de canções.
No entanto, nessas alturas nunca tinha nada onde escrever e, como é normal, esquecia...
Agora percebo, as coisas devem sair naturalmente, nunca devem ser forçadas, tal como as coisas mais belas que a natureza oferece...
E agora sim, vou sentindo orgulho no que escrevo...
Já só falta comprar o dicionário..."

terça-feira, novembro 29, 2005

Hoje faço aninhos...

Hehehehehe

Hoje sou bebé. Criança e adolescente, jovem e novamente eu ao fim do dia.

Nasci hoje, tal como o ano passado e no outro anteiror, e claro, no futuro voltarei a nascer (assim o espero).

Mas hoje faço aninhos...

E como não podia deixar de ser, a mamã já mandou mensagem, para ser a primeira a segurar-me nos braços e a envolver-me com o seu calor maternal e único. Tal como me envolveu no primeiro dia em que deixei os meus pulmões abertos e gritei alto e bom som... "Buáááááááááááá" Que como toda a gente sabe, em linguágem de bebé quer dizer: "Ouçam todos, finalmente estou aqui!"

E hoje novamente reforço esse grito de liberdade e vontade de viver...

OUÇAM TODOS, ESTOU AQUI! SOU EU!

Normalmente quando dou os parabéns a alguém, faço-o de uma maneira malandra, digo simplesmente: "Estas velho!" Mas faço-o em tom de brincadeira. É a minha maneira de dar os parabéns. Pois o "estas velho" em linguágem de BlueTraveler quer dizer "Parabéns. Estas a dar o teu grito de liberdade, e eu estou aqui a partilhar isso contigo!"

E assim vamos sempre seguindo em frente. Reforçando sempre, a cada ano que passa, o grito que contêm a vontade de viver.

Viver intensamente.
Viver simplesmente.
Viver.
Tudo o resto são acessórios!
Tudo o resto vai e vem
Ao sabor do vento.
Mas estamos aqui para viver.
Cada dia que passa
Cada milha percorrida.
Para que? A eterna pergunta do ser humano?
"O que estamos aqui a fazer?"
Eu acho que estamos aqui para... VIVER!!!

E por isso, com um enorme beijo na face maternal e querida da minha mãezinha... Abro os meus pulmões e grito:

"Buááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááá"

quinta-feira, novembro 17, 2005

Nós e a imortalidade...

O Homem é realmente um ser interessante...
A história prova que, desde que o Homem é Homem, existe o religioso!

Já passaram milhões de séculos e nós somos provavelmente o ser que a menos tempo ocupa esta terra. Segundo o que aprendi em história, se fossemos comparar a existência da terra, desde o dia em que apareceu até hoje, a um calendário anual, o ser humano apenas apareceria, no dia 31 de Dezembro pelas 23:59!
Ou seja, estamos aqui a tanto tempo e é apenas um segundo.

E durante todo este tempo, lado a lado, estiveram os Deuses.

Quantos foram eles? Alguém se lembra de todos?

Além do actual "Deus", existiram os Deuses gregos, os Deuses romanos, os Deuses egipcios, os Deuses indianos, que tal como Ala ainda são actuais.

E qual deles é o verdadeiro? Será que existe algum Deus verdadeiro? Será que os profetas é que são os verdadeiros Deuses? Ai teriamos imensos também! Orá... Teriamos Abraão, Maomé, Buda (aqui há quem defenda que ele é um Deus), e por ai fora num infindavel rol de nomes.

Cada religião defende o seu como o verdadeiro. Outros dizem apenas que não existe Deus nenhum! Outros dizem que Deus é apenas uma enorme massa de energia. Outros ainda dizem que: "São Ateus graças a deus!"

A pouco estava para ali a ver um filme, e a certa altura apareceu um comentário bastante interessante quando falavam dos Deuses (Deuses gregos neste caso).
"Os Deuses invejam-nos! Invejam-nos porque somos mortais. Porque vivemos cada momento como se este fosse o último."

Isto realmente dá que pensar. Bem pronto, pelo menos a mim dá!

E seu eu não fosse mortal e vivesse sempre? Como esta escrito numa parede do metro de Lisboa, na estação da Cidade Universitária: "E se eu não morresse nunca, e para sempre procurasse e atingisse a perfeição?" (infelizmente não me recordo do pensador que escreveu esta frase).

Já viram a seca que esta vida seria? Viver para sempre? Já nem falo nas perdas que iriamos ter de suportar. Ver a nossa família a desaparecer, os nossos amigos a envelhecer, a nossa/o amada/o a desfinar... Mas quero falar do que teriamos de aguentar!

As guerras, as doenças, a mentira, os problemas sociais, o excesso de trabalho (à pois é... viver para sempre não invalida que não tenhamos de trabalhar para ter dinheiro para continuar a viver o dia-a-dia, isto não é como o filme dos imortais em que eles são sempre ricos), as confusões emocionais, as dúvidas, os medos, os receios, a confiança nos outros, epá... e poderia passar o resto da noite a falar de uma série de situações do gênero, mas penso que já perceberam o que eu queria dizer.

Sim. Visto as coisas desta maneira... Acho que os Deuses devem mesmo invejar-nos. Se calhar é por isso que não se manifestam? Já estão fartos de viver que acabaram por morrer cerebralmente. Acabaram por ter auto-mutilado o cêrebro, a lógica, o raciocinio que tinham. Senão seria insuportável para qualquer pessoa que tenha emoções, aguentar todas as problemáticas pelas quais passamos na vida. Se cá estamos tão pouco tempo, e mesmo assim já é difícil, então imaginem-se a viver para sempre...

E no entanto, achamos sempre que ainda não fizemos tudo. Que ficou algo por fazer. Que há ali qualquer coisa ainda que devia ter sido dita, que devia ter sido construida, que devia ter sido... beijada.

"Os Deuses invejam-nos!"

Este é o grande segredo da vida. E claro, nós invejamos sempre os Deuses. Eles até tem tempo para tudo. Os Deuses greco-romanos tinham as suas orgias, as suas lutas internas, as suas guerrinhas pessoais, os seus casos amorosos. O Deus tem tempo para ouvir todo e cada um de nós. Cada pedido, cada pensamento, cada receio, cada... Quem é que nunca levantou as maos aos céus e não pediu ajuda a Deus? E claro, quem fala em Deus, fala de Alá, fala de Moamé de Buda e de todos os outros Deuses de todas as religiões, seitas e por ai fora.

Neste momento, a esperança de vida do ser humano é a mais longa de sempre! No entanto ainda queremos mais. O maior desejo, o mais sincero pedido, a mais secreta fantásia, de qualquer ser humano, é igualar os Deuses e ser imortal. É conquistar a morte. Vencê-la no seu próprio jogo. Mas porque? Porque deseja tanto o Homem fazê-lo? Para cá andar para sempre?

Não. Não acredito nisso. Penso que é apenas por ser uma coisa inatingível.

E nós não podemos ficar a perder. Não podemos perder contra "alguém" que nem sequer conhecemos... A Morte... Será interessante como o "Joe Black"? Será bonita? Será... apenas o vazio???...

Quando lá chegar eu saberei. E serei tão egoista que não direi nada a ninguém... nem sequer escreverei aqui. ;)

segunda-feira, novembro 14, 2005

Aquele Bar...

Não, não se preocupem, não vou falar da Série de Televisão "Cheers"...

Vou antes colocar uma pintura de Salvador Dalí e falar de um bar utópico...
Este quadro não tem nome, no site do Salvador Dalí, esta referida como "Untitled - Scene in a Cabaret in Madrid, 1922".

No entanto deixem-me sonhar...

Deixem-me utilizar estes traços para fechar os olhos e deixar-me estar num ambiente, acompanhado pelo som de uma guitarra, que vai vibrando com canções de amor boémico e romantico/depressivo.

Sentir o cheiro de um channel 5 misturado com o fumo, o cachimbo, o vinho, a cerveja, o café...
Para saborear a bebida, servida naquele copo que o barmen passa a vida a limpar com um pano, mas que vem sempre, sempre sujo.

Ver os sorrisos das poucas mulheres que têm a coragem de cá entrar, envergando a sua mascára, fazendo o seu jogo de sedução, olhando de lado a uns, sorrindo a outros, fixando penetrantemente a uns ainda mais restritos...

Tocar naquelas mesas que nunca se soube bem o que andou lá por cima... Mesas essas que leva muita gente elevar as mãos ao céu e rezar: "Queira Deus, que aquelas mesas e paredes nunca venham a falar".

Deixar aquele ambiente negro e decadente envolver-nos... As cortinas de veludo... a vela vermelha que arde ao lado do cinzeiro... Vela que esta tão bem ali, mas que não ficaria desenquadrada se estive numa campa qualquer de cemitério! O chão de azulejos escuros... As luzes num tom azulado e muito difuso...
As sombras estranhas que se criam nas paredes, vítimas de vários reflexos conseguidos ao acaso por inúmeras personagens que vão entrando e saindo do bar, num anonimato constante e necessário!

Ao fundo, lá longe, ouve-se uma voz grossa e vibrante, gasta já por um incontável número de copos de aguardente, de uma "madame"...

Pelos cantos, vai-se sentido murmúrios, de vários casais, onde não se vê caras, não se conhecem sexos, nada! Apenas se sentem as presenças de alguém que liberta a sua aura das correntes de medos e "regras" sociais.

Hoje estão ali... em seguida sairão ninguém sabe para onde... e amanhã, cada pessoa voltará ao seu dia-a-dia...

E o bar lá estará... Igual a si mesmo, perdido naquela ruela suja e que nunca viu um raio de sol...
Bar que nunca conheceu nada mais que uma penumbra constante e cortante...
Bar que nunca soube o que era aquele ar puro, sem fumos, nem cheiros artificiais, que nunca ouviu nada que não fosse produzido por objectos criados por homens... Bar para quem a natureza é apenas uma palavra que aparece várias vezes na boca ou escrita de um qualquer poeta esfomeado, que troca umas folhas cheias de letras, por uma côdea de pão e um copo de vinho.


E eu..., ali no canto..., observando tudo e todos... deixo a minha alma tornar-se igual ao bar...

quinta-feira, novembro 10, 2005

Escrever

Tento escrever mas nada sai!
Já lá vão alguns dias desde o último post... Mas nada parece querer sair!
E escrever só por escrever não é muito o meu hábito... nem gosto.

Então e o que faço eu então agora?

Nada...

Decidi arriscar e vir para aqui bater nas teclas do meu teclado ver se sai algo.

Mas apenas vão saindo tangas. Justificações pateticas para o facto de não ter andado a escrever. E justifico-me para quem? Para mim mesmo? Para alguém?
Pois que não faço ideia.

Hoje registei-me no famoso HI5... E porque... Olha... mandaram-me o convite e fui lá dar uma vista de olhos... Sinceramente já estou um pouco farto dessa cena de "meet persons online".

Vi lá uma data de malta conhecida. Alguns com quem trabalho diariamente, outros que fui conhecendo aqui e ali, outros ainda que são amigos de amigos meus.

Mas se falo com estas pessoas no dia-a-dia, ou mesmo que não seja assim tão diariamente, tenho o telefone, o mail, o messenger, o google talk e até de alguns a morada, para que ir também para ali inscrever-me?

Será que realmente esta sociedade chegou a este ponto? Que a falta de contacto diário (não profissional) provoca nas pessoas uma sensação de necessitar de se sentir em contacto constante com o mundo "lá fora"?

Ou será isto apenas uma moda? Uma postura fácil de estar? Sentado confortavelmente na cadeira de cabedal, a frente de uma secretária, com um monitor, colunas, webcam, microfone, rato, teclado e um CPU como companhia? E vamos vivendo emoções através de bites e bytes? Estar um dia inteiro a trabalhar, esperançados que ao fim do dia ao chegar a casa, iremos ver o resultado de uma série de zeros e uns, que viajam pelas linhas do mundo digital fora, vão transformar num periférico de output como o monitor, a impressora e outros que tais?

Ou será que as pessoas estão é a precisar de arranjar alternativa ao antigo café do bairro? Local onde se juntavam com os colegas e amigos para beber um copo no fim de um dia de aulas e partilhar as aventuras constantes e intensas que passavam durante o dia? Falar mal dos professores. Comentar a roupa que este ou aquele tinham levado. admirar as meninas/os que viram durante o dia e até iam de suster a respiração? Ou pura e simplesmente de falar de futebol, ver e comentar o jogo que passa na televisão. Gritar com o que parecia ter sido golo, mas saiu a raspar o poste.
E claro... não podemos esquecer, falar e explicar tudo sobre a rapariga que beijaram nesse dia, e até conseguiram convencê-la a ir beber um copo a casa dele, quando os pais estavam em viagem por fora. O que, na maior parte do relato é apenas fruto de um sonho mágico e fantástico, que tiveram quando eram ainda uns teenagers com as hormonas ao rubro.

O ser humano é um ser social. Este foi uma das primeiras coisas que aprendi em sociologia, psicologia, filosofia, e outras ciências que dizem estudar o homem. Então isto obriga-me a fazer uma pergunta: - O que raio se passa aqui? Quem estará a mentir? -

Se o homem é assim tão social, porque é que a sociedade, caminha cada vez mais para um conceito de aldeia global, em que cada indíviduo fica fechado em casa a comunicar constantemente com o mundo inteiro, mas já não sabe o que é um toque? O que é sentir o calor vindo de um abraço amigo? O aroma profundo e suave da pessoa que esta deitada a seu lado? O sabor doce e quente do beijo trocado com quem ama?

Sair de casa cansa!
Mas ficar em casa também!
Queremos sair, mas ninguêm dos nossos amigos atende o telefone ou tem tempo para sair!
Queremos ficar, mas a televisão, para quem tem cabo ou satélite, oferece 50, 51, ou mais canais de merda e séries antigas e que ainda repete não sei quantas vezes ao dia!
Queremos sair, mas o tempo esta de chuva!
Queremos ficar, mas o sofá já tem a marca do corpo lá esparralhado e a casa já não tem nada de novo para oferecer!
Queremos sair, mas a preguissa é tanta!
Queremos...

Porra o que é que queremos?

Constantes contradições e indecisões. Ficar, sair, sair com quem, ficar a fazer o que, ir só por ir, ficar por ficar, dormir! Correr, saltar, ver o mar, ver o mar na caixinha mágica...
Sentir o cheiro a marezia. Saborear uma bela chavena de chá, envolvido na manta que se encontra sempre em cima do sofá a tua espera.
Calçar os chinelos. Vestir a roupa que te cai melhor no corpo! Fazer aquele olhar duro e penetrante, que transmite ao outro exactamente o que tu queres. Escrever no blog. Sentir os pés frios só porque te esqueces-te de calçar os chinelos e tens preguissa de te levantar e ir busca-los... Se calhar, o melhor até é comprar um cão e ensina-lo a ir buscar? Humm não, pois assim teria também de partilhar o meu espaço com mais alguém... isso NUNCA.

Provavelmente teria continuado esta reflexão social, feita num tom de crítica, cinismo, reality show, um pouco de mim, um pouco de stand-up comedy e claro, todo aquele humor negro e sádico que ganhei, depois de milhares de horas a ver os filmes e séries dos Monty Phyton.

Não se preocupem... não irei continuar... afinal de contas isto são apenas diarreias cerebrais que me invadem a mente e tenho de as "cagar" cá para fora.

E finalmente, informar que tudo o que foi escrito é apenas fruto da imaginação do autor, e toda a semelhança com a vida real e contemporânea é pura coicidência.

Em seguida entrará o genêrico do programa

E ouvir-se-á uma música, criada numa noite de luar, com uma guitarra comprada no continente, e variadíssimas garrafas de vodka espalhadas pela areia a volta...
Em que a letra será algo assim:

"DAD:
There are Jews in the world.
There are Buddhists.
There are Hindus and Mormons, and then
There are those that follow Mohammed, but
I've never been one of them.

I'm a Roman Catholic,
And have been since before I was born,
And the one thing they say about Catholics is:
They'll take you as soon as you're warm.

You don't have to be a six-footer.
You don't have to have a great brain.
You don't have to have any clothes on. You're
A Catholic the moment Dad came,

Because

Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
If a sperm is wasted,
God gets quite irate.

CHILDREN:
Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
If a sperm is wasted,
God gets quite irate.

GIRL:
Let the heathen spill theirs
On the dusty ground.
God shall make them pay for
Each sperm that can't be found.

CHILDREN:
Every sperm is wanted.
Every sperm is good.
Every sperm is needed
In your neighbourhood.

MUM:
Hindu, Taoist, Mormon,
Spill theirs just anywhere,
But God loves those who treat their
Semen with more care.

MEN:
Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
WOMEN:
If a sperm is wasted,...
CHILDREN:
...God get quite irate.

PRIEST:
Every sperm is sacred.
BRIDE and GROOM:
Every sperm is good.
NANNIES:
Every sperm is needed...
CARDINALS:
...In your neighbourhood!

CHILDREN:
Every sperm is useful.
Every sperm is fine.
FUNERAL CORTEGE:
God needs everybody's.
MOURNER #1:
Mine!
MOURNER #2:
And mine!
CORPSE:
And mine!

NUN:
Let the Pagan spill theirs
O'er mountain, hill, and plain.
HOLY STATUES:
God shall strike them down for
Each sperm that's spilt in vain.

EVERYONE:
Every sperm is sacred.
Every sperm is good.
Every sperm is needed"
In your neighbourhood."
Monty Phyton (a vocês o meu sincero obrigado pela obra que deixaram)

quinta-feira, novembro 03, 2005

Apetecia-me

Apetecia-me sair daqui...
Apanhar o Comboio...
Apanhar o eléctrico de Sintra...
Sair na Praia das Maças...
Entrar no Bar Pharmacia...
Pedir um magnum Branco...
E ficar ali...
Sentado na marquise...
A comer o gelado...
Ver o mar…
E a sentir a chuva a cair lá fora...




Queres vir partilhar o silêncio comigo???

quarta-feira, novembro 02, 2005

De nada vale...

"De nada vale perdermo-nos no sonho e esquecermo-nos de viver..."
Já é a 2 vez que ouço esta frase. Ambas as vezes no mesmo filme... E de ambas as vezes fiz a mesma interpretação.
Acho que já escrevi algo sobre isto, não sei se aqui ou se numa folha qualquer...
Mas voltou-me a apetecer escrever sobre isto novamente.
Sempre fui a favor de sonhar. Defendo o sonho como se defende a vida. Como disse alguêm: "... o homem sonha a obra nasce."
Isto é a verdade mais certa que existe!
No entanto como teria dito outro poeta... "Construiste castelos nas núvens... eles estão onde deveriam estar... Agora coloca os alicerces!"
A questão agora é esta. "De nada vale ficarmos pelo sonho e esquecermo-nos de viver"
Sonhamos e fomos felizes. Agora vamos viver o dia-a-dia, a costruir esse sonho.
Sei que nem sempre é fácil. Muitas vezes muito doloroso até. Mas se não for assim, que piada tem então a vida?
Sonhar, viver, crescer, viver, acordar, viver, trabalhar, viver... e tantas coisas mais... Mas no meio de tudo está o VIVER....
Sempre ouvi dizer que o sonho é a certeza de que estamos vivos. Pois só quem sonha é capaz de amar, de sentir, de... seguir em frente no longo percurso da vida.
Para sermos felizes precisamos de muitas coisas. Não há dúvida nenhuma nisso. Mas todas essas coisas têm de vir de nós. Temos de as ter já encontrado dentro de nós para as trazer cá para fora, e sobretudo para as sentirmos cá fora.
Eu nesto momento tenho dito que ainda não estou pronto para amar. É verdade não estou. Necessito de muitas coisas antes de voltar a libertar-me para isso. Provavelmente preciso apenas de me amar, para deixar que os outros me amem também. Mas até lá vou vivendo e sonhando. E vou delineando as minhas prioridades.
Até...

segunda-feira, outubro 31, 2005

Apetecia-me...

Nesta manhã fria
Onde o sol vai, timidamente, espreitando entre as nuvens
Apetecia-me estar ali.
Deixar aquela água gélida
Cair sobre o meu corpo
Deixar-me invadir pelas suas forças
Permitir que aquela pureza cortante me envolva.
Apetecia-me...
Nesta manhã triste sair a correr
Deixar as minhas pernas sentirem o asfalto por baixo
Deixar o meu ser verter gotas salgadas
E correr...
Para depois mergulhar e me lavar aqui...
Na corrente intensa e desconfortante.
Deixar que tal azul me queime.
Depois...
Iria deitar-me num rochedo ao sol
E finalmente, encher o meu corpo de calor e bem estar
Para poder voltar a usar as vestes do dia-a-dia.
De modo a prosseguir a viagem.
O eterno e longo percurso
Umas vezes com lamentos outros com certezas
Pela incansável estrada da vida.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Gripe das Aves

"O síndroma originado pelos vírus influenza foi referido pela primeira vez por Hipócrates, no ano 412 AC, e a primeira descrição completa de uma pandemia gripal data de 1580 (Era Cristã); desde então ocorreram mais de 30 pandemias causadas por diferentes tipos de vírus influenza. No século XX houve três grandes pandemias, todas originadas e transmitidas por animais (suínos em 1918 e aves em 1957 e 1968). A mais devastadora foi a "gripe espanhola", devida ao vírus Influenzae A(H1N1), que matou entre 30 e 40 milhões de pessoas entre 1918 e 1920. As pandemias de 1957 (gripe asiática) e de 1968 (gripe de Hong Kong) mataram mais de 4 milhões de pessoas, sobretudo crianças e idosos; a primeira foi devida ao subtipo A(H2N2) e a segunda aos subtipos A(H3N2) e A(H1N1)." Pode ler o resto do texto AQUI.

Depois de ter lido o texto todo, deparei-me com um comentário que era exactamente o que eu queria saber, como é que a gripe se transmite?
Já ouvi falar muito da gripe das aves e etc, mas pouco sobre a sua transmissão.

Então eles lá dizem: "comprovaram posteriormente a transmissão animal-homem (aves vivas → homem) e a inexistência de risco de infecção através do contacto ou consumo de carnes frescas ou congeladas dos animais. Contudo, ainda não foi possível excluir-se a possibilidade de transmissão homem-homem."

Já tinha ouvida bastantes pessoas comentar que se tinha de ter cuidado com a carne que se come. Que era como o problema das vacas loucas, e etc. Afinal o vírus transmite-se de Animais Vivos e não pelo consumo de carne. O que realmente não teria lógica, visto tratar-se de uma gripe.

O que fazer para prevenir... Não vou estar aqui a escrever muita coisa, visto que pelo menos 90% do que se pode fazer é responsabilidade do nosso governo e das suas unidades fiscalizadoras. E poderão encontrar o texto no site que já indiquei atrás. No entanto, cada um de nós, pode fazer a sua parte, cuidado da sua saúde. Fazendo análises periódicas, evitando contactos com animais (aves e não só) que não conhece. Mas isto é algo que cada um já devia fazer à muito tempo. Isto é prevenção! E acreditem não custa nada prevenir...
Se querem um conselho... Sejam dadores de sangue. Fazem análises de borla e ainda renovam o vosso sangue. A ok e como consequência enchemos os hospitais com sangue, para acudirem a quem precisa. Mas pronto... epá... isto é o que menos importa!

Para os amantes de aves. Os que tem os periquitos, papagaios, canários e outros pássaros que tais em casa... Uma visita periódica aos veterinários também não custa nada... As coisas infelizmente não acontecem só aos outros... Alias se acontecerem só aos outros, tu para mim és o outro e eu para ti sou o outro... Por isso... é uma questão de perspectiva!

E para agora fartei-me de escrever para os outros... Até logo e lêem o outro site referido...

quinta-feira, outubro 27, 2005

Mundo do Fim do Mundo


"Mundo do Fim do Mundo"
Luís Sepúlveda

Do mesmo escritor que "O velho que lia romances de amor" chega-nos também uma outra viagem mágica.

Para quem esta, neste momento, com sentimentos desconfortáveis com gaivotas e outros animais com penas, fica aqui um livro fantástico.

Um jovem que, na sua infância, lê o grande livro Moby Dick e que aproveitando as férias de verão, embarca num baleeiro.

O tempo passa.

O jovem cresce.

E anos depois, esta experiência volta a baila quando embarca novamente numa aventura envolvendo aqueles monstros dos oceanos... As baleias...

Animais que aqui serão mistificados. Elevados ao estatudo de muito mais inteligentes e humanos que o próprio homem.

O escritor consegue maravilhar-nos mais uma vez com uma estória passada no fim do mundo.

Nos confins da terra a nossa personagem volta a confrontar-se com aqueles animais! Apesar de por razões diferentes que da primeira vez mas igualmente romântica, ele sai em defesa destes seres... Mas como pode uma pessoa sozinha, ajudar um grupo de animais destas envergadura?

Eu re-li este livro numa noite...

Eu deliciei-me em sonhos e viagens.

Eu nadei ao lado destas toneladas de escamas e carnes.

Estes seres mágicos e puros.

E estou aqui para dizer... Lê! Não tenhas receio... A gripe anda pelo ar... A água... é só mesmo petróleo e mercúrio... Ainda não há gripe que invada isso.:P

quarta-feira, outubro 26, 2005

História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar

História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar

SEPULVEDA, LUÍS


Ora aqui está um livro de que realmente vale a pena falar.
“com a graça de uma fábula e a força de uma parábola”



Pois é... o escritor chileno, nascido no ano do senhor de 1949, escreveu em tempos um conto memorável, digno para todas as idades.

A estória começa no meio de uma balbúrdia de gaivotas, que no meio da sua rota de migração, fazem consecutivos mergulhos para se ir alimentar.

Aqui, este antigo habitante de Hamburgo, confronta-nos com um problema moderno... A maré negra.

As gaivotas são apanhadas desprevenidas por uma grande massa de petróleo, que algum barco, por todos os motivos e mais algum, deixa vazar para o oceano.

Claro que não vou estar para aqui a escrever um resumo do livro... Querem saber algo mais, leiam!

São apenas 128 páginas de puro deleite e prazer.
Como já tinha transcrito em cima, "com a graça de uma fábula e a força de uma parábola" este perspicaz narrador, envolve-nos num mundo fantástico. Onde as características humanas da honra, do compromisso, da amizade. Também o medo, o grupo, a força, o estratagema, os acordos, os tabus, são entregues a cada uma das personagens.

O gato grande, gordo e preto conhecido por Zorbas, com os seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello serão algumas das personagens que Sepúlveda criou para nos oferecer este livro cheio de esperança e calor.

Deixei-me envolver neste lugar. Permiti-me apaixonar pelos seus actores e cenários. Autorizei-me a percorrer cada trilho criado em cada frase...

E sempre que posso; volto lá! Aquele mundo foi visitado por mim, e marcou. Deixou um sentimento de saudade bem cravado no meu coração. E de quando a quando, tenho de lá ir! Tenho de voltar a viajar aquele porto marítimo e bater à porta de cada um destes meus amigos. Até dos ratos claro.

domingo, outubro 23, 2005

"Harry Potter E o Príncipe Misterioso"


Acabei de ler, finalmente, o sexto livro daquela mulherzinha inglêsa, que conquistou tudo e todos com o seu mundo de fantasia.

Desde que li o segundo livro da colecção fiquei, desesperadamente, à espera que sai-se o seguinte. Por tal, mal reparava que o livro original saia, dirigia-me logo a internet mais próxima e fazia o download do pdf.

Normalmente detesto ler coisas no monitor. Fico com dor de cabeça, cansado, olhos vermelhos, etc. Mas a sede de leitura neste caso era bem maior.

Lia, lia, lia e lia e não parava de ler até acabar-lo.

Desde que li o primeiro de todos, ainda vivia em Leiria, já lá vão mais de 6 anos. Que foi assim. Nessa noite, lembro-me de ter entrado numa livraria que estava aberta as 20h de domingo. Tinha acabado de chegar de Viseu e tinha ido dar uma volta.
Com o livro debaixo do braço, sentei-me num café a ler... Mas passado segundos, pensava eu, vieram dizer-me que o café ia fechar. Paguei, e ao sair, olhando para o relogio, reparei que eram já 23h.
Fui para casa, lavei os dentes e preparo-me para ir para a cama.
Deito-me.
Começo as voltas recebendo flashes na mente de imagens do livro... Não resisto, ligo novamente a luz e continuo a ler...
Só parei as 04h quando acabei.

Agora vamos no sexto.
"Harry Potter and the the Half-Blood Prince"

Bem, começamos logo pela tradução do título... Mas pronto até perdoo... Ficaria feio um título Harry Potter e o príncipe Meio-Sangue... Se bem que depois durante o livro, o príncipe é sempre referido assim. Não sei porque só mudaram para o título??

Depois a tradução... Ó meus amigos... Erros ortográficos??? Má construção de frases???

Num livro que se espera vender milhares, até milhões de copias por todo o mundo, e sendo uma das mais lidas a versão portuguesa... A Editorial Presença atreveu-se a enviar cá para fora um livro com erros ortográficos e má construção de frases?

A minha alma esta parva.

Paga uma pessoa quase €20 por um livro, e leva com estas coisas???

PUTA QUE OS PARIU... Não sei que mais dizer...

quarta-feira, outubro 19, 2005

Mudar de vida...

Não... Não vou falar da música número 3 do Álbum "Humanos".

Alias, para ser sincero, até nem deveria ser este o nome do post.

Sendo fiel ao que vou escrever, deveria ser mais "trocaram-me as voltas".

Mas pronto... aceito críticas e outros comentários do género nesse sentido.

Encontrava-me eu a caminho do meu bar de eleição do momento, "Bar A Barraca" para assistir a mais uma noite de poesia.
Ia confiante de encontrar mais um momento cultural, cómico e até sárcastico. (Ter esperanças é algo muito bom).
E chegando lá, encontrei o grande Changuito Joaquim, barman de serviço constante a este anafado e respeitado bar, bastante divertido, brincalhão, alegre, bem-disposto, e uma série de outros adjectivos que poderia escrever (todos eles, claro, em parceria com os anteriores). Pensando bem, até acho ser é a primeira vez, desde que conheci estar personagem dúbia, que a vejo assim tão cheia de brilho. E até me pareceu vê-lo a respirar vida... Mas devo estar enganado.
A poesia prometia... Quem fosse informar-se junto ao site/blog do bar, ficaria bastante pensativo relativamente as escolhas poéticas que o leitor (sim, além de barman, este singelo personagem declama certas frases e outras conjugações de palavras e frases bastante interessantes).

Mas, qual não é o meu espanto quando percebo, que estava a decorrer no andar de baixo, a ante-estreia do novo espectáculo da companhia que partilha o espaço, "O Mistério da Camioneta Fantasma". (Dizem ser um bom... mas sobre ele escreverei, ou não, quando visualizar tal falado espectáculo

Claro, quem é que sai de um espectáculo e pensa ir sentar-se a ver/ouvir mais um pedaço de poesia? Seria já muita actividade cultural para uma pessoa só.

Então claro, já que tinha feito a deslocação, fiquei para lá a fazer uma outra das minha actividades preferidas. Beber umas cervejas e trocar meia dúzia de palavras com pessoas mais ou menos conhecidas.

E agora... Chegando a casa, roubado à poesia, mas com a oferta do companheirismo, escrevo estas linhas pobres e sem objectividade nenhuma.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Humanos - Quero é Viver

Humanos - Quero é Viver

"Vou viver
Ate quando eu não sei
Que importa o que serei
Quero é viver
Amanhã
Espero sempre um amanhã
E acredito que será
Mais um prazer
A vida é sempre uma curiosidade
Que me desperta com a idade
Interessa-me o que está para vir.
E a vida
Em mim é sempre uma certeza
Que nasce da minha riqueza
Do meu prazer em descobrir
Encontrar, renovar, vou fugir ao repetir"


Hoje resolvi começar o dia a ouvir estes gaijos... Letras de 1984... e no entanto tão actuais...
E resolvi escolher esta, entre todas as outras que também são soberbas...

Mas esta tem que se lhe diga... Ora vejamos... "Vou viver / até quando eu não sei / que importa o que serei / Quero é viver"

Pois é isto mesmo que sinto...
As vezes sinto-me em baixo por não saber o que vou ser amanhã em termos profissionais...
Mas realmente estou-me a cagar para isso... Sempre vivi a minha vida a dar muita mais importância as pessoas e as relações interpessoais... Porque é que agora quero pensar no futuro dessa maneira?
Não vale mesmo a pena...

"Quero é viver
Amanhã
Espero sempre um amanhã
E acredito que será
Mais um prazer"

Abreijos a todos

quarta-feira, outubro 12, 2005

Montanha-Russa





Toda a gente conhece e quase toda já andou neste divertimento popular…

Também toda a gente já utilizou, ou ouviu alguém utilizar, este substantivo feminino, para expressar a sua variação de sentimentos…

Pois é…

Emoções fortes

Elevação máxima de sentidos

Adrenalina invasora

Sempre mais além

Sobe

Desce

Virou!

Desce mais

Sobe

Cambalhota

Desce

Desce ainda

Forte

Rápido

Cruel

Brutal

Sobe

Respira

Não respira

Desce

Adrenalina

Sentimentos duros

Medo

Pânico

Alívio

Sobe

Desce

Um nunca mais acabar

…. PPPPPPPPPPÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁRRRRRAAAAAAAAA!!!


“…Mais uma fichinha mais uma voltinha…”
Ouve-se uma voz, ampliada pelos altifalantes da feira.
Preparas-te para sair, mas sentes no bolso ainda mais uma ficha.
E a viagem recomeça!...
Já conheces cada uma das subidas e descidas.
Já percorreste aquela montanha-russa vezes e vezes sem conta.
Mas também sabes, que vais voltar a gritar em cada descida.
Que o teu coração vai querer fugir pela tua boca.
Que a adrenalina irá invadir os membros…


A boca fica seca.
A respiração ofegante.
O medo obriga-te a fechar os olhos.
Agarras-te possantemente ao primeiro objecto forte e resistente que encontras.
Inclinas o corpo para a frente.
Queres que a viagem acabe depressa.

E – Quando a viagem chega ao fim?
Esperas voltar a ouvir a voz ampliada nos altifalantes?
Voltarás a ir?
Voltarás a conseguir passar pelo medo e insegurança?
Mesmo que saibas que há um fim esperante?


A minha carruagem ainda não parou.
Depois eu digo-te.
Ou talvez não...

quinta-feira, outubro 06, 2005

Conto

Ontem estive aqui, sentado nesta mesma mesa.
Estive a escrever e no fim, acabei por assistir também a um espectáculo bastante bom.
Eram duas.
Uma italiana. Uma portuguesa.
Alice Ruhrwacear e Susana Reis.

Ambas cantavam, ambas tocavam acordeão.
E contaram uma história.
Uma história que não resisto em partilhar com vocês.
Claro. Não vou cantar nem tocar acordeão.
Vou apenas contar a história tal e qual me lembra.
Quase de certeza vou acrescentar um ponto. Não seria um contador se o não fizesse.

“Era uma terra branca, fria, feita de gelo. Essa terra branca tinha linhas pretas.
Essas linhas pretas não eram mais do que o mar.
Estamos no Alasca. Há muito anos atrás.

A lua estava cheia. Por isso a terra era tão branca. O gelo tão brilhante. E o mar tão negro.
Numa dessas linhas pretas vai um barco.
No barco vai um homem.
O homem navega. Sem rumo. Procurando.
Procurando não se sabe bem o que.
Ao longe, mesmo no meio da linha preta, destaca-se um ponto branco.
O ponto branco vai-se transformando numa ilha de gelo.
Na ilha de gelo estão pessoas a dançar.
As pessoas são apenas mulheres.
As mulheres dançam… nuas.

Segundo dizem as lendas, as focas são mulheres disfarçadas. Que se fartaram dos homens e foram viver para o mar.

O homem fica sem saber o que fazer.
Aproximo-me? Afasto-me? Paro?
As mulheres dançam. Parecem convida-lo a aproximar-se.
Ele aproxima-se…
Repara que na ilha existem pequenos pacotes. Esses pacotes são as pelas que as mulheres vestem para serem focas.
As mulheres reparam no homem.
Gritam! E muito rapidamente, correm a vestir as peles para mergulharem no mar.
Todas. Todas menos uma.
Uma ainda anda de um lado para o outro a procura da sua pele.
A pele não esta em lado nenhum.
As outras focas chamam-na.
Ela pensa: “a pele não esta aqui. As minhas irmãs não a tiraram. Só pode ter sido o homem.”
Então a mulher nua, coloca as mãos na cintura, e olhado para o homem, diz com voz zangada: “Dá-me a minha pele!”
Do homem não sai resposta.
O homem já não falava com ninguém a demasiado tempo.
Ainda lhe custa fazer sons.
Articular palavras.
E o que dizer?
Ele já não se lembra o que se deve dizer. Muito menos a uma mulher. “O que se diz a uma mulher?”
“Fica comigo!” Ouve-se o homem pedir.
“Fica comigo 7 anos. No fim desses devolvo-te a pele!”
A mulher olha para o homem.
Um homem e uma mulher. À luz da lua cheia, no cimo de um ponto branco, no meio de uma linha preta.
E a mulher aceita.
Partem os dois.
Constroem um pequeno iglô.
E o tempo passa.
Um homem… Uma mulher… Sozinhos num iglô…
Nasce uma criança.
Chamam-na de ORUK.
Eu não sei, mas há quem diga que Oruk é o som que o vento faz sobre o gelo… Oruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuukkkkk………..
E a criança cresce. Um pouquinho cada dia. Como qualquer um de nós.
Passam 2 anos…
Passam 3…
A criança começa a aprender.
Do pai, durante o dia, aprende as coisas práticas, concretas. “Um buraco no gelo corta-se assim” ensina-lhe. “Isto é um barco!” “O anzol prende-se desta maneira!”
Aprende o dia-a-dia. Aprender que dois mais dois é igual a quatro.
De noite, com a mãe, aprende a alma das coisas.
A mãe conta-lhe que na terra dela há milhares de peixes diferentes. Existe o plâncton. Existem peixes que mudam de cor. Existem até peixes tão grandes, tão grandes, tão grandes, que o pequeno iglô deles é apenas o tamanho de 2 dentes. Esses peixes chamam-se baleias.
E a mãe conta-lhe histórias das suas tias. Sim a mãe tem um clã, um grupo. Ele tem milhares de tias que nunca conheceu.
E os anos continuam a passar.
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E Oruk continua a crescer.
A ser educado de dia pelo pai e de noite pela mãe.
No entanto, a relação entre os pais é complexa.
Discutem por diversas coisas.
“Meu filho, aquela constelação que ali vês é o pescador”
“Não senhor, isso é errado” Diz a mãe “Essa constelação é a baleia”
“Não é nada” Responde o pai. “Essa é o pescador, e a verdade é essa”
“Não, essa é a baleia, aquela ali é a foca menor, logo ao lado esta a foca maior, e na sua cauda, esta a estrela-do-mar.”
E por isto e muitas outras coisas os pais discutem e nunca chegam a uma conclusão.
E o tempo passa.
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10 anos.
E o homem não devolve a pele a mãe.
Pensa para com os seus botões: “Para que vou eu devolver a pele? Ela agora tem responsabilidades. Tem o filho para criar. Tem as tarefas da casa para fazer. Ela agora não pode, nem quer, ir embora!”
Por seu lado a mulher não pede a pele. Pensa: “Ele nunca me irá dar a pele. Tem o Oruk e não o quer deixar sem mãe. Tenho sempre a comida pronta e a casa arrumada. Ele nunca me deixará ir embora!”
E Oruk vê a mãe cada vez mais magra.
Sentada a beira-mar, embrulhada no xaile. Com a eterna lágrima de saudade a escorrer pelo rosto.
A pele seca.
Cada dia que passava mais fraca ficava.
Mas não conseguia pedir a pele ao homem.
Oruk acorda com um grito!
Era a sua mãe.
Oruk ouve o vento chama-lo…
Oruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuukkkkk………..
Sai a correr atrás do chamamento.
Corre.
Corre.
Corre.

Cai!

Ao levantar-se começa a observar o local onde caiu.
Encontra um pacote. Bem apertado, cheio de cordel.
Abre-o.
E, a medida que as pontas se vão desenrolando nos seus pequenos dedos, sente o cheiro de sua mãe.
Rapidamente Oruk percebe que aquilo é o motivo da tristeza da sua mãe.
Sai a correr em direcção a sua mãe. Com o embrulho debaixo dos braços.
Encontra-a a beira-mar.
E, sem dizer uma palavra, estende-lhe o embrulho.
A mãe, com a cara de espanto, recebe o embrulho. Olha para o filho! Desenrola a pele. Olha para o filho. Lentamente veste a pele. E, respira para cima de Oruk sete vezes.
E vão os dois para o mar.
Oruk, graças à mãe, conseguirá ficar sete dias debaixo do mar.
Nadam. Oruk conhece finalmente as suas tias… Têm tantas… Fala com cada uma delas, nada com elas. Conhece o clã.
Vê os peixes de mil cores. Saboreia o plâncton. “É doce.”
Vê as baleias passarem.
E então Oruk conhece algo novo.
Algo que o envolve. Algo que se ouve e se sente fisicamente.
Oruk conheceu um som diferente. Novo.
Era como receber um abraço. Oruk já não se lembrava, mas jurava que era quase como voltar ao ventre materno.
Mas os sete dias chegam ao fim. E Oruk volta para terra. A mãe vai leva-lo. As tias acompanham-no.
Chegando a margem. A mãe rasga um pedaço, estende-o a Oruk, beija-o na testa e volta a mergulhar para junto das irmãs. Partem.
Oruk pega então no pedaço de pele que sua mãe lhe ofereceu. Dirige-se ao Iglô.
E com aquele pedaço, constrói o primeiro instrumento do mundo.
O TAMBOR!
Então, Oruk parte!
Dá a volta ao mundo, para que toda a gente conheça o som do mar. Aquele som que abraça e acaricia…”

Isto é o que me lembro da história que ouvi. Se esta tal e qual não sei dizer. Mas aconselho a quem poder que ouça como eu ouvi.

Programação - Música - Itália Vs. Portugal


Entrega…

Nestes últimos dias tenho sentido um emaranhar de sentimentos difusos e complexos.
Já ouvi muitas comparações a tentar explicar a vida. Talvez ouvi demasiadas. Todas elas bastante iguais. Mas neste momento, uma distancia-se das outras: “A vida é como um jogo de xadrez! Desenrola-se consoante tu espalhas as peças no tabuleiro!”
Tenho de admitir que concordo imenso com esta comparação.
No entanto… parece-me faltar algo!
Joguei e jogo xadrez bastantes vezes! A maior parte das vezes perdi o jogo.
Pouco ou nada conheço de Kasparov.
Desconheço completamente as famosas jogadas estudadas e programadas.
Basicamente sei mexer as peças. O resto vem de dentro.
Jogo com os sentidos.
Com o estado de espírito do momento.
Talvez por isso perca tanto!
Talvez me devesse preparar mais!
No entanto… No entanto gosto de jogar assim.
Gosto de sentir que faço parte do jogo.
Sou torre e peão ao mesmo tempo.
Sou eu quem decide, como ser irá comportar cada uma das minhas 16 peças da vida.
E cada uma delas mexe-se consoante estou naquele preciso momento.
E é isto que sinto falta na comparação que atrás escrevi.
Falta a alma.
Aqui à uns dias atrás, vi duas pessoas a jogar xadrez. Uma delas encontrava-se de costas para tabuleiro de jogo. Possuía apenas nas suas mãos um tabuleiro vazio. E ia guardando a imagem visual das peças.
“CAVALO DE RAINHA PARA C3”
Tanto conhecimento de jogo!
Tanta lembrança visual das peças.
Neste caso não apenas das suas 16, mas de todas as 32.
Entretanto era vê-lo fazer contas.
Percorrer com os dedos as casas vazias do seu tabuleiro.
Tanta memória. Tanto esforço. Tanto…
Mas e a alma? O prazer? O deixar os nossos sentidos entrar no campo?
E, contra todas as conjunturas, ganhou! Um intenso e inesperado check-mate!
Como humano sonhador e desejoso também de vitórias, imaginei-me a fazer um jogo assim. A adquirir um intenso e inquestionável conhecimento da vida, que me permitisse joga-la assim. Matematicamente, memoricamente. E no fim, sem grande custo, check-mate!
Mas! (Tantos mas…) valeria a pena? Tanto estudo. Tanto conhecimento! Tanto… nem sei!
E o jogo?!? Sim, o jogo! Jogar só por jogar?!? Quase como naquele poema “…beijar só por beijar”.
Não! Não quero só ganhar!
Quero jogar!
Quero mexer as peças consoante o que sinto. Sentir, ver, cheirar, tocar, saborear… cada uma das minhas 16 peças.
Ser surpreendido pelo movimento das peças do outro.
Sentir-me dentro de cada uma das minhas peças…
No fim de contas o que é a vida???
Para ti não sei.
Para mim… é jogar...

quarta-feira, outubro 05, 2005

Correr!

Correr!
Correr!
Correr!
Tantas vezes utilizei este verbo para explicar a minha vida. A minha, e a da maior parte da sociedade.
Correr!
Correr!
Saltar…!
Sim, às vezes saltamos um pequeno capítulo da nossa vida!
Mas a corrida mantêm-se. Às vezes mais rápida, outras mais cândida, mas sempre a correr. Com medo que nos passe algo ao lado. Que isto ou aquilo nos fuja por entre os dedos.
E parar?
Sim! Quantas vezes paramos?
Quantas vezes oferecemos a nós mesmos um momento?
Um simples momento…
Uma altura em que nós paramos, e apesar de tudo a nossa volta continuar na sua corrida eterna, nós parámos!
A mente fechada.
Os sentimentos desligados.
Apenas o coração mantêm a sua batida. Calma, rítmica, única…!
Dizem ser necessário este momento.
E as vezes gostava de o conseguir.
Mas não consigo!
Preciso de me sentir vivo. E para isso preciso de correr!
Correr!
Correr!
E de vez em quando… Saltar!

terça-feira, outubro 04, 2005

Sozinho…

Mais uma saída sozinho!
Mais um momento de poesia no bar… sozinho!
Mais uma vez, sentado no bar, a ver cada uma das pessoas!
A observar os gestos,
A ouvir as conversar,
A sentir o ambiente.
É engraçado perceber quantos deles se sentem sós no grupo.
Sentir quantos casais estão ali apenas fisicamente.
Perceber os casais que estão, apenas, a observar o resto do bar. Enquanto esperam…
A menina que apenas olha pela janela.
Das colunas esvoaça um som rítmico, de um grupo qualquer de jazz.
Reparar no homem que ocupa uma mesa a um canto. Tendo por companhia uma cerveja e um maço de tabaco.
Uma jovem despe duas camisolas antes de se sentar.
A menina do bar atenta a cada uma das mesas.
Fala com cada uma das pessoas.
Fala com um sorriso… mas um sorriso triste!...

E eu…
Sentado numa mesa!... Sozinho!
Desta vez por vontade.
Por necessidade intrínseca de estar comigo.
Podia ter ido para o Bairrio mexer o corpo ao som da salsa.
Podia ter ido, pela primeira vez, ao Docks.
Mas fugi…
Não de mim, mas de todos os sentimentos.
Podia ter estado com esta e aquela.
Mas não seria capaz de estar.
Se fosse… ia estar longe…
Ia ter a mente num outro sítio longínquo.
Reparo agora num corpo sentado numa cadeira adjacente.
Não me atrai.
Começou a poesia!
“…o meu coração é um cofre fechado…” lê o declamador.
Nenhuma mulher me atrai!!!

Quero apenas um colo para me deitar…
Para me ANINHAR!!!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Where the soul (of man) never dies

"To Canaan's land I'm on my way
Where the soul (of man) never dies
My darkest night will turn to day
Where the soul (of man) never dies

(lead)
No sad farewells
No tear dimmed eyes
Where all is love
And the soul never dies

(tenor)
Dear friends there'll be no sad farewells
There'll be no tear-dimmed eyes
Where all is peace and joy and love
And the soul of man never dies

The rose is blooming there for me
Where the soul (of man) never dies
And I will spend eternity
Where the soul (of man) never dies

The love light beams across the foam
Where the soul (of man) never dies
It shines and lights the way to home
Where the soul (of man) never dies

My life will end in deathless sleep
Where the soul (of man) never dies
And everlasting joys I'll reap
Where the soul (of man) never dies
I'm on my way to that fair land
Where the soul (of man) never dies
Where there will be no parting hand
Where the soul (of man) never dies"
Johnny Cash

O primeiro nick que escolhi, já lá vão uns valentes anos, foi soulman_ !

Na altura, escolhi este nick por dois motivos muito simples.
O primeiro porque era também o título de uma música que na altura me fez gostar ainda mais de blues, R&B and soul. E claro está, a música chamava-se "I'm a Soulman" the Sam&Dave
O segundo motivo, foi porque acredito que toda e qualquer pessoa deve ter sempre presente a excencia da sua alma.

Claro que ao longo da minha vida descobri que não é assim tão simples quanto isso. Que as vezes manter a alma livre e solta é tão utópico como a música do Zeca Afonso "Utopia".

No entanto não desisti de acreditar que seria sempre possível ser um SOULMAN. Ter sempre a alma livre. Acima de qualquer outra coisa que aparece-se. Ter sempre presente que a nossa alma é o resultado dos nossos ideais, dos nossos valores culturais e dos nossos projectos de vida.

Claro. Como a minha própria definição de alma diz: "é o resultado dos nossos..." Logo ai, tenho de ser humilde o suficiente para admitir que cada pessoa tem a sua própria alma. E que não podemos exigir que, acreditem no mesmo que nós acreditamos.
Ou será que posso ser um pouco intolerante e transmitir aos outros aquilo em que acredito. Crença essa baseada apenas no resultado da minha própria experiência.

E ao longo da vida fui crescendo. Mudei de nick. Não porque deixei de acreditar no SOULMAN, mas porque a minha vida se passou a identificar mais com o actual.
Mas tenho de admitir que, a certa altura a minha força e crença no SOULMAN ficou enfraquecida. Perguntas-me porquê? Penso que somente, devido a dificuldade que é a própria vida.

Mas entretanto descobri esta música. "Where the soul (of man) never dies". E ao ouvi-la reparei que o autor diz-me que só na morte a nossa alma viverá. E fiquei um pouco... "WOW... que é isto".
Mas lá li com atenção e fiz outra interpretação. Para conseguirmos chegar ao local onde a alma nunca morre. Temos de lá chegar com alma. Não a podemos perder no caminho. Não a podemos abandonar e esperar resgatá-la mais tarde. Não a podemos guardar num cofre para depois ir lá buscá-la.

Temos de seguir dia-a-dia com ela dentro de nós.
Temos de caminhar por entre os vales e sendas, entre rios e montanhas com ela dentro de nós.
Temos de continuar lutando a dura batalha da vida.

Para que, quando chegarmos a esse lugar, a nossa alma permaneça viva nos corações e lembranças de todos aqueles que por um motivo ou outro, cruzaram a nossa vida. E ai sim, sejamos capazes de ir sem despedidas, choros, tristezas...

Até lá... I'll be arround;)

sexta-feira, setembro 30, 2005

A Vela Arde...

00:10
A vela arde
Deixo os dedos percorrerem estas teclas
Devastar lentamente tudo o que flúi pela mente
Cortar tudo o que percorre na alma
Vejo o fumo a encher a sala
A música invade os ouvidos e deturpa os sentidos
 
A vela arde
Os medos teimam em sair 
As mãos tremem
O corpo não obedece
Nem uma luz ligada aqui dentro
Nem um conjunto lógico sai de mim
As teclas martelam
 
A vela arde
O cigarro acabou
A música mudou
As pessoas são estranhas 
Vejo as paredes cheias de máscaras
Acendo outro
Tenho um site aberto
A mula ligada
 
A vela arde
O fumo cria imagens inconstantes
O blog esta em baixo
As mãos teimam em escrever
O coração parado
Preso em correntes de aniquilação total
 
A vela arde
Os vizinhos gritam
O som atravessa paredes
Nem o Jim os abafa
O fumo acalmou um pouco
A vela arde
Mudo de música
O Jim continua a cantar
Esta agora na rua a gritar para casa
Volto a mudar de música
Roadhouse Blues
Ritmo certo e cândido
Cheio de força
"Mantém os olhos na estrada e as mãos atrás do volante"
Apetece-me partir
All night long
 
A vela arde
Apaguei-o
Já não há fumo
O site continua aberto
A mula continua ligada
Sempre igual
Sempre o mesmo
 
A vela arde
Estou farto
Apago a vela
Vou dormir
01:22 Voltei
Tentei ir dormir
A música não saia da cabeça
Voltei a ligar as colunas
 
A vela arde
Não me apetece escrever
Não sei o que escrever
Quero chorar
Não consigo
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
Como respeito
Como me curvo perante todos
Todos os que conseguem
Os que permitem verter
Rios e rios fluindo alegremente
Também quero
Quero ter um rio
Esta seco
Era mais fácil
Deitar tudo cá para fora
Não sai
A música não para
Quero parar
Quero desligar
Parar... Parar
 
A vela arde
A vela arde sempre
Quero apagar tudo
Quero chorar
Verter lágrimas cheias de tristeza constante
Para depois parar
Parar
Desligar a mente
Cortar o som
 
A vela arde
E enquanto o vento frio do norte não soprar
 
A vela arde
Quero abrir as asas e voar
Deixar que o vento me leve
Leva-me para chorar
Quero deixar a tristeza de lado
Quero chorar
Só chorar
Se consegues chorar alegra-te
A dádiva maior que se pode ter
Bendito o choro
Também quero uma parte dessa bênção
De todas as coisas boas que tenho
Falta-me a mais importante
CHORAR...
 
A vela arde
Vai arder
Vou-me deitar
Ela vai arder 
Até se extinguir 
Se as lágrimas não a apagam
Então que arda
Que queime tudo
Que aniquile tudo o que não seja vida
Para depois no fim
Debaixo de todo o carvão ressequido 
A vida ressurgir 
Tal mito da Fénix
Imenso milagre
A viagem é sempre boa
"Turn out the lights"

segunda-feira, setembro 26, 2005

Que faceta vêem os outros em nós?...

easy M said...

Lá está. Quem te conhece, não te imagina com esta faceta...nada de grave...nada que uma segunda feira de trabalho não cure ;)
beijinhos e boa semana

Domingo, Setembro 25, 2005 8:38:56 PM


Ora aqui esta um comentário que dá sempre aso a uma pergunta...

O que raio vêem os outros em nós?

Acho que é uma pergunta que toda a gente gostava de ver respondida. No entanto também acho que é daquelas perguntas a que raramente temos resposta. Alias... não só raramente temos resposta a ela, como também questionamos a veracidade da resposta!

E questionamos porque? Vejamos... quem é a pessoa que tem a coragem de dizer a um amigo os seus defeitos? Quanto muito é capaz de chamar a atenção num ou noutro ponto mais incompatível, ou então reagir de maneira mais ou menos visível que faça o outro compreender.

Entretanto também há sempre a velha questão! Cada um vê-nos consoante a sua própria maneira de ser. Há quem nos aceite assim. Há quem não aceite certas características. Há quem não nos aceite de todo. E a vida é mesmo assim. Não há respostas.

Ou será que há?

Será que afinal existem?

Segundo o pouco que aprendi em psicologia, o psicólogo não é uma pessoa que deva dar respostas aos problemas do paciente. É sim uma pessoa que deve fazer o paciente pensar e ele mesmo chegar a resposta aos seus problemas e tentar dar a volta a eles.

No entanto, o psicólogo, tem de se gerir por algum padrão mais ou menos standard. Normalmente regem-se pelo que é socialmente aceite.

Isto visto assim faz-me achar que afinal tem de haver respostas.

Será que uma pessoa deve questionar os amigos ou as pessoas que de alguma maneira passam pela sua vida? Será que os deve questionar relativamente a si mesmo?

Ora aqui esta uma pergunta para a qual não tenho resposta... Eu sem resposta... hum... Estranho... Mas olha... até sabe bem não ter resposta. ;)

Alguém sabe a resposta a isto???

sábado, setembro 24, 2005

Máscaras

Olá classe média...


Cá estou eu novamente a querer escrever algo, mas sem saber bem o que...

Quem tem paciência para vir ler isto, decerto já reparou que eu só escrevo quando estou mais em baixo. Normalmente, aproveito-me disto, como objecto de fuga para as diversas emoções que me assombram.

Pois bem, já sei o que vou escrever hoje... Vou falar de algo muito difícil... Vou falar de mim!!!

Bem... Agora que decidi o que vou escrever, já começo a ficar com o cérebro a prender-me, a bloquear-me o raciocínio!...

Porque é que eu escrevo tanto quando estou em baixo? Essa é a pergunta que faço a mim mesmo. E o mais estúpido é que a resposta esta debaixo da minha língua... Um pouco acima dos meus dedos.

Faço-o porque, facilmente fico baralhado com os vários sentimentos que vêem e vão de dentro de mim. No entanto, fui ensinado a nunca dar parte de fraco, a nunca demonstrar os verdadeiros sentimentos que tenho. Quem não se lembra do filme "cocktail" (1988)? Em que o actor Bryan Brown diz: "Coglins law: Never loose your calm, never show surprise"!...

Infelizmente agora reparo o tão estúpido que isso é. Não demonstrar medo, dúvida, incerteza, e outros sentimentos que nos assolem, também faz com que a gente não se dê. Não se entregue, não seja sincero com quem nos rodeia.

Tantas máscaras que uma pessoa adquire ao longo da vida. Tantas e tão estúpidas. E para que? Para nos proteger de sofrer? Não. A grande questão é essa. As máscaras não nos impedem de sofrer. Criam apenas uma ilusão de protecção. E ao mesmo tempo que nos iludem essa protecção, elevam muros cinzentos a nossa volta, impedindo-nos de sair.

E nós, lá ficamos presos e indefesos.

Chega depois a altura em que tentamos fazer uma auto-avaliação. E reparar nas máscaras que cada um de nós tem, é um dos exercícios mais complicados e difíceis que iremos enfrentar na nossa vida. Não só reparar, como também tentar atirar essas máscaras ao chão e seguir em frente.

Lembram-se de um filme chamado "O homem da máscara de ferro"? Em que o actor Leonardo DiCaprio diz: "Eu uso a máscara, não é ela que me usa a mim".

Sempre tive um fascínio enorme por máscaras. Alias, um dos meus sonhos, é possuir uma sala cheia de máscaras tradicionais de todo o mundo. Não só pela sua beleza como também por o que cada uma delas significa. Mas sobretudo, sobretudo para me lembrar que quem usa as máscaras somos nós, não o contrário.