sábado, setembro 24, 2005

Máscaras

Olá classe média...


Cá estou eu novamente a querer escrever algo, mas sem saber bem o que...

Quem tem paciência para vir ler isto, decerto já reparou que eu só escrevo quando estou mais em baixo. Normalmente, aproveito-me disto, como objecto de fuga para as diversas emoções que me assombram.

Pois bem, já sei o que vou escrever hoje... Vou falar de algo muito difícil... Vou falar de mim!!!

Bem... Agora que decidi o que vou escrever, já começo a ficar com o cérebro a prender-me, a bloquear-me o raciocínio!...

Porque é que eu escrevo tanto quando estou em baixo? Essa é a pergunta que faço a mim mesmo. E o mais estúpido é que a resposta esta debaixo da minha língua... Um pouco acima dos meus dedos.

Faço-o porque, facilmente fico baralhado com os vários sentimentos que vêem e vão de dentro de mim. No entanto, fui ensinado a nunca dar parte de fraco, a nunca demonstrar os verdadeiros sentimentos que tenho. Quem não se lembra do filme "cocktail" (1988)? Em que o actor Bryan Brown diz: "Coglins law: Never loose your calm, never show surprise"!...

Infelizmente agora reparo o tão estúpido que isso é. Não demonstrar medo, dúvida, incerteza, e outros sentimentos que nos assolem, também faz com que a gente não se dê. Não se entregue, não seja sincero com quem nos rodeia.

Tantas máscaras que uma pessoa adquire ao longo da vida. Tantas e tão estúpidas. E para que? Para nos proteger de sofrer? Não. A grande questão é essa. As máscaras não nos impedem de sofrer. Criam apenas uma ilusão de protecção. E ao mesmo tempo que nos iludem essa protecção, elevam muros cinzentos a nossa volta, impedindo-nos de sair.

E nós, lá ficamos presos e indefesos.

Chega depois a altura em que tentamos fazer uma auto-avaliação. E reparar nas máscaras que cada um de nós tem, é um dos exercícios mais complicados e difíceis que iremos enfrentar na nossa vida. Não só reparar, como também tentar atirar essas máscaras ao chão e seguir em frente.

Lembram-se de um filme chamado "O homem da máscara de ferro"? Em que o actor Leonardo DiCaprio diz: "Eu uso a máscara, não é ela que me usa a mim".

Sempre tive um fascínio enorme por máscaras. Alias, um dos meus sonhos, é possuir uma sala cheia de máscaras tradicionais de todo o mundo. Não só pela sua beleza como também por o que cada uma delas significa. Mas sobretudo, sobretudo para me lembrar que quem usa as máscaras somos nós, não o contrário.

3 comentários:

marta disse...

Lá está. Quem te conhece, não te imagina com esta faceta...nada de grave...nada que uma segunda feira de trabalho não cure ;)
beijinhos e boa semana

BlueTraveler disse...

:) bigadus...

Anónimo disse...

Essa máscara da foto é-me familiar... mas sem dúvida que ficas muito melhor sem máscaras.. todos ficamos. Tira-as!
Beijos