Hoje, enquanto matava saudades da varanda de casa dos meus pais em Viseu, surgiu-me uma teoria.
Uma teoria sobre o porque dos problemas sociais em Portugal e no mundo...
Faltam cartas de amor:
Já há demasiado tempo que as pessoas se esqueceram de enviar cartas.
Cada um de nós ainda tem uma caixa de correio, mas apenas a usa, para encontrar contas, facturas e publicidades de tudo e mais algum produto, que necessitamos sem sombra de dúvidas, para a nossa vida poder ser feliz.
Agora e as cartas de amor?
As cartas dos amigos?
As cartas convite?
Há quanto tempo que não recebes uma? Alias, a pergunta deveria ser: Há quanto tempo tu NÃO escreves uma?
Eu infelizmente terei de responder que: Há demasiado tempo que não escrevo uma!
É verdade, rendi-me ao uso do e-mail e da sms. Ao uso eletrónico em deterimento do papel. No entanto reparo que esses substitutos eletrónicos, apesar de serem mais económicos e até ecológicos, não são tão pessoais.
Quando recebia uma carta, via o tremer da letra, o cheiro que acompanhava o papel, as lágrimas que teriam ou não caido nas suas folhas. E isso dava-me a descrição minimamente fiel da pessoa que a tinha enviado, de como ela estava, de como se sentia, o ambiente onde tinha escrito.
E isso, mesmo antes de ler a primeira linha, já me inseria num contexto único e mágico. Mesmo antes de ler o primeiro parágrafo, já sabia o tema da carta.
Sim, eu sei que o papel eletrónico é mais rápido, demora milésimos de segundo. As palavras lêem-se muito melhor, principalmente se tiverem uma letra tão má e incompreensível como a minha é. Poderás enviar um e-mail a partir de qualquer computador que esteja ligado a net, ou até mesmo de um qualquer telemóvel moderno. Poderás receber em qualquer momento e altura.
A carta demora sempre, pelo menos, 3 dias, exceptuando se for em correio azul, e mesmo assim há sempre o risco de se extraviar, perder, demorar mais dias que o necessário, e ficamos sempre na dúvida se a outra pessoa a recebeu. Enquanto que no mail, até podemos pedir um relatório de entrega e saber se a pessoa recebeu, se a pessoa recebeu e leu, se a pessoa recebeu e não leu, uma infinidade de outras alternativas, será que qualquer dia vamos poder colocar no e-mail também o cheiro? As lágrimas?..
Bem, a fotografia do local onde estamos podemos sempre colocar... Mas onde esta o espaço para a imaginação? Para o sonho? Para libertar os nossos sentidos mais apurados e astutos?
Pior do que isso tudo, onde esta o espaço para o toque? Para palpar o pedaço de papel que chega a nós! Abraça-lo contra o nosso peito! Guarda-la na caixa de recordações da nossa adolescência...
Aposto que isto é, sem sombra de dúvidas, o mal de todos os nossos problemas sociais...
Quando voltar a casa, vou dedicar-me a escrever cartas ao meus amigos... Se te pedir a morada já sabes... poderás vir a receber uma carta... ou não!
Uma teoria sobre o porque dos problemas sociais em Portugal e no mundo...
Faltam cartas de amor:
Já há demasiado tempo que as pessoas se esqueceram de enviar cartas.
Cada um de nós ainda tem uma caixa de correio, mas apenas a usa, para encontrar contas, facturas e publicidades de tudo e mais algum produto, que necessitamos sem sombra de dúvidas, para a nossa vida poder ser feliz.
Agora e as cartas de amor?
As cartas dos amigos?
As cartas convite?
Há quanto tempo que não recebes uma? Alias, a pergunta deveria ser: Há quanto tempo tu NÃO escreves uma?
Eu infelizmente terei de responder que: Há demasiado tempo que não escrevo uma!
É verdade, rendi-me ao uso do e-mail e da sms. Ao uso eletrónico em deterimento do papel. No entanto reparo que esses substitutos eletrónicos, apesar de serem mais económicos e até ecológicos, não são tão pessoais.
Quando recebia uma carta, via o tremer da letra, o cheiro que acompanhava o papel, as lágrimas que teriam ou não caido nas suas folhas. E isso dava-me a descrição minimamente fiel da pessoa que a tinha enviado, de como ela estava, de como se sentia, o ambiente onde tinha escrito.
E isso, mesmo antes de ler a primeira linha, já me inseria num contexto único e mágico. Mesmo antes de ler o primeiro parágrafo, já sabia o tema da carta.
Sim, eu sei que o papel eletrónico é mais rápido, demora milésimos de segundo. As palavras lêem-se muito melhor, principalmente se tiverem uma letra tão má e incompreensível como a minha é. Poderás enviar um e-mail a partir de qualquer computador que esteja ligado a net, ou até mesmo de um qualquer telemóvel moderno. Poderás receber em qualquer momento e altura.
A carta demora sempre, pelo menos, 3 dias, exceptuando se for em correio azul, e mesmo assim há sempre o risco de se extraviar, perder, demorar mais dias que o necessário, e ficamos sempre na dúvida se a outra pessoa a recebeu. Enquanto que no mail, até podemos pedir um relatório de entrega e saber se a pessoa recebeu, se a pessoa recebeu e leu, se a pessoa recebeu e não leu, uma infinidade de outras alternativas, será que qualquer dia vamos poder colocar no e-mail também o cheiro? As lágrimas?..
Bem, a fotografia do local onde estamos podemos sempre colocar... Mas onde esta o espaço para a imaginação? Para o sonho? Para libertar os nossos sentidos mais apurados e astutos?
Pior do que isso tudo, onde esta o espaço para o toque? Para palpar o pedaço de papel que chega a nós! Abraça-lo contra o nosso peito! Guarda-la na caixa de recordações da nossa adolescência...
Aposto que isto é, sem sombra de dúvidas, o mal de todos os nossos problemas sociais...
Quando voltar a casa, vou dedicar-me a escrever cartas ao meus amigos... Se te pedir a morada já sabes... poderás vir a receber uma carta... ou não!
3 comentários:
Vais mesmo? porque será que duvido...
Mas tens toda a razão, "sou do tempo" em que se namorava por carta e era tão bem mais giro, ainda hoje guardo tantas recordações desse tempo...
Parece-me que ainda no outro dia tive uma conversa com não sei quem que dizia que cartas de amor era coisa de maricas... :-)
Mas acho que homem que é homem, escreve cartas de amor com fartura, em barda, às amigas todas!!! Por isso, toma aí nota da minha morada: ...
HUMM. PORKE SERA QUE NAO AKREDITO
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