Sim, veio com atrazo... Tu fizeste anos no dia 07... Mas eu não me esqueci... Apenas andei a deixar amadurecer o que tinha cá dentro para te conseguir dizer... E sobretudo arranjar as palavras certas e a coragem para o fazer...
Não é que precise de coragem para dizer o que sinto, mas conheces o teu filho... É como um túmulo... para ele, dizer algo que sente, é complicado...
Fizeste quantos mesmo??? 16 anitos? Vá 18 para poderes votar ;)
Digo isto porque realmente tens a força de uma MULHER de 18 anos...
Não tiveste uma vida fácil, isso não é segredo para ninguém. Levaste porrada da vida em muitos momentos da tua vida. Alias, muitas vezes a vida ainda te prega partidas e tenta deitar-te abaixo.
No entanto sempre conseguiste levantar-te todos os dias. Vestir o teu robe de mãe, sorrir e tratar da tua família.
Deixar o pequeno-almoço ao pai, para quando ele sai-se do trabalho de manhãzinha cedo. Ias acordar-me (tarefa que não é fácil... pois acordo sempre a resmungar...).
Chegava à cozinha no fim do banho e da roupa vestida e já tinha o meu pequeno-almoço pronto... O meu pauzinho com marmelada e queijo, o copo de leite bem quentinho. Tratavas da tua filha para ela não ficar a dormir até as tantas.
Ias vestir-te e tratar de ti a seguir, para saíres e ires dar aulas durante não sei quantas horas seguidas a uma série de crianças...
Depois chegavas a casa e ainda tinhas de tratar de uma das mais reguilas de todas... EU...
Aturavas o mau humor de toda a família. Ouvias os desabafos e queixas de todos (não só nós, mas TODA a família), inclusive arranjavas sempre tempo e maneira de ajudar ou até mesmo resolver TODOS os problemas que afligiam todas as pessoas à tua volta.
Tiveste uma infância dura... Nem sei bem por onde começar se quisesse falar nisso, acho que nem consigo imaginar bem o que terá sido. Graças a ti, nunca soube o que era isso.
Começas-te a trabalhar em Portugal tendo de subir uma serra montada nas costas de um burro teimoso, só para chegares à escola e ensinares o teu primeiro grupo de mentes ávidas de aprender.
Há medida que foste crescendo na carreira de docente, as coisas não foram ficando mais fáceis. Lembro-me que nos teus últimos anos como professora, se querias ter papel higiénico na casa de banho, tinhas de o levar de casa, tal como o aquecedor para manteres os pés quentes.
Passas-te privações para dares a mim e a mana tudo aquilo que nós precisavamos, e apesar de não nos teres dado demasiados mimos, tivemos a dose mais que suficiente.
Alias, ainda me lembro uma vez que me disseste: "Nem que tivesse de arranjar outro emprego a limpar e esfregar escadas de prédios, nunca nos faltaria nada".
E sempre levaste porrada da vida. Inclusive chegas-te a levar um pontapé meu.
Esse sim, é a coisa que mais me custa lembrar.
FOI A PIOR COISA QUE ALGUMA VEZ PODERIA TER FEITO.
De tudo o que me lembro, foi a única vez que o pai me bateu. Bateu-me a sério... E agora que olho... Só tenho pena das que ficaram por dar... Devia ter levado muito mais pelo crime hediondo que cometi.
No entanto, levantas-te todos os dias. Preparas o teu dia-a-dia, e também o do pai. Fazes aquilo que queres, que gostas e também aquilo que achas que deves fazer.
Nunca vi mulher tão forte como tu, e ao mesmo tempo, tão humilde!
Choras quando não consegues ajudar o outro. Choras quando te lembras que és apenas humana e não consegues fazer milagres para melhorar alguém que esta ao teu lado. Choras cinco vezes mais quando essa pessoa sou eu ou a tua filha.
E mesmo acordando a chorar, tens sempre tempo para ouvir os pedidos de ajuda. Para mandar uma mensagem de apoio e de carinho.
Então agora que andas a descobrir o e-mail é ver a minha inbox encher-se de e-mails teus com mensagens de amor e amizade.
Sei que devia ter o engenho e a arte de poder escrever isto melhor. Quem sabe até com um poema, um verso, uma canção, uma fotografia, ou qualquer outra coisa. Já ficarei feliz que, quando leres esta carta, não encontres nenhum erro ou alguma incorrecção ortográfica.
No entanto, não poderia acabar sem antes, afirmar em plenos pulmões, que tive:
A MELHOR MÃE QUE PODERIA, ALGUMA VEZ, TER TIDO!!!
ADORO-TE
P.S. - E não te preocupes com o teu filho. De uma maneira ou outra sou demasiado parecido contigo. E estou sempre pronto para uma boa luta... ;) Beijos grandes e fofos, daqueles ruidosos que te fazem sempre encolher toda quando os dou.
Não é que precise de coragem para dizer o que sinto, mas conheces o teu filho... É como um túmulo... para ele, dizer algo que sente, é complicado...
Fizeste quantos mesmo??? 16 anitos? Vá 18 para poderes votar ;)
Digo isto porque realmente tens a força de uma MULHER de 18 anos...
Não tiveste uma vida fácil, isso não é segredo para ninguém. Levaste porrada da vida em muitos momentos da tua vida. Alias, muitas vezes a vida ainda te prega partidas e tenta deitar-te abaixo.
No entanto sempre conseguiste levantar-te todos os dias. Vestir o teu robe de mãe, sorrir e tratar da tua família.
Deixar o pequeno-almoço ao pai, para quando ele sai-se do trabalho de manhãzinha cedo. Ias acordar-me (tarefa que não é fácil... pois acordo sempre a resmungar...).
Chegava à cozinha no fim do banho e da roupa vestida e já tinha o meu pequeno-almoço pronto... O meu pauzinho com marmelada e queijo, o copo de leite bem quentinho. Tratavas da tua filha para ela não ficar a dormir até as tantas.
Ias vestir-te e tratar de ti a seguir, para saíres e ires dar aulas durante não sei quantas horas seguidas a uma série de crianças...
Depois chegavas a casa e ainda tinhas de tratar de uma das mais reguilas de todas... EU...
Aturavas o mau humor de toda a família. Ouvias os desabafos e queixas de todos (não só nós, mas TODA a família), inclusive arranjavas sempre tempo e maneira de ajudar ou até mesmo resolver TODOS os problemas que afligiam todas as pessoas à tua volta.
Tiveste uma infância dura... Nem sei bem por onde começar se quisesse falar nisso, acho que nem consigo imaginar bem o que terá sido. Graças a ti, nunca soube o que era isso.
Começas-te a trabalhar em Portugal tendo de subir uma serra montada nas costas de um burro teimoso, só para chegares à escola e ensinares o teu primeiro grupo de mentes ávidas de aprender.
Há medida que foste crescendo na carreira de docente, as coisas não foram ficando mais fáceis. Lembro-me que nos teus últimos anos como professora, se querias ter papel higiénico na casa de banho, tinhas de o levar de casa, tal como o aquecedor para manteres os pés quentes.
Passas-te privações para dares a mim e a mana tudo aquilo que nós precisavamos, e apesar de não nos teres dado demasiados mimos, tivemos a dose mais que suficiente.
Alias, ainda me lembro uma vez que me disseste: "Nem que tivesse de arranjar outro emprego a limpar e esfregar escadas de prédios, nunca nos faltaria nada".
E sempre levaste porrada da vida. Inclusive chegas-te a levar um pontapé meu.
Esse sim, é a coisa que mais me custa lembrar.
FOI A PIOR COISA QUE ALGUMA VEZ PODERIA TER FEITO.
De tudo o que me lembro, foi a única vez que o pai me bateu. Bateu-me a sério... E agora que olho... Só tenho pena das que ficaram por dar... Devia ter levado muito mais pelo crime hediondo que cometi.
No entanto, levantas-te todos os dias. Preparas o teu dia-a-dia, e também o do pai. Fazes aquilo que queres, que gostas e também aquilo que achas que deves fazer.
Nunca vi mulher tão forte como tu, e ao mesmo tempo, tão humilde!
Choras quando não consegues ajudar o outro. Choras quando te lembras que és apenas humana e não consegues fazer milagres para melhorar alguém que esta ao teu lado. Choras cinco vezes mais quando essa pessoa sou eu ou a tua filha.
E mesmo acordando a chorar, tens sempre tempo para ouvir os pedidos de ajuda. Para mandar uma mensagem de apoio e de carinho.
Então agora que andas a descobrir o e-mail é ver a minha inbox encher-se de e-mails teus com mensagens de amor e amizade.
Sei que devia ter o engenho e a arte de poder escrever isto melhor. Quem sabe até com um poema, um verso, uma canção, uma fotografia, ou qualquer outra coisa. Já ficarei feliz que, quando leres esta carta, não encontres nenhum erro ou alguma incorrecção ortográfica.
No entanto, não poderia acabar sem antes, afirmar em plenos pulmões, que tive:
A MELHOR MÃE QUE PODERIA, ALGUMA VEZ, TER TIDO!!!
ADORO-TE
P.S. - E não te preocupes com o teu filho. De uma maneira ou outra sou demasiado parecido contigo. E estou sempre pronto para uma boa luta... ;) Beijos grandes e fofos, daqueles ruidosos que te fazem sempre encolher toda quando os dou.
1 comentário:
Bem achei uma declaração linda. Não quero nem posso acrescentar mais nada para além de " Um feliz aniversário à tua mãe e ao filho também que consegue escrever algo tão belo"jinhos
sara
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