Sábado, 15 de Abril de 2006, 23h30 da noite.
No campo de futebol da Escola EB 2e3 de Tondela ouve um foguete. Cerca de 200 pessoas respiram fundo e preparam-se para o grande espectáculo.
Os músicos começam a fazer soar um som divertido e ritmico.
Uma voz começa a ouvir-se nas colunas. Ditava-se um texto de homenagem, a um homem que dedicou a sua vida ao trabalho de Pirotécnia. Participava todos os anos em inúmeros espectáculos de fogo de artifício, inclusivê no nosso. Este ano não pode estar connosco, pessoalmente, pois faleceu à uns meses atrás vitima de um acidente, numa fábrica de pólvora. Mas mesmo assim esteve presente nos corações das pessoas que se lembrarão sempre dos mágnificos desenhos de luz que criava.
A medida que o texto ia sendo lido, 8 figuras entravam em cena, 7 com um archote na mão, viraram-se para o céu e, findo o texto, à contagem da nossa "chega-mexa" a mulher-fogo Patrícia, cuspiram uma enorme labareda.
Sairam em passo de corrida, para entrarem no movimento seguinte.
O espectáculo tinha inicíado cheio de energia e calor. Apareciam filas de pessoas em movimentos ondulares. 15 filas, contendo 10 pessoas cada uma, foram assim navegando pelo espaço dentro. Pararám no inicio do espaço abrindo as mãos para o céu ao ritmo da música.
Quando de repente aparece a 10 metros de altura, sediado na caixa de uma escada magirus, emprestada pelos bombeiros de Tondela, aparecia o nosso orador. Este ano, Miguel Torres, assumiu o papel de Baco.
Enquanto se apresenta ao público, estas 150 pessoas começam a dirigir-se para as laterais, assumindo as suas posições para entradas posteriores.
Começa então o primeiro quadro. As nossas "grávidas" entram em cena. Agarradas as suas barrigas "acessas", passeiam pelo espaço sentindo já contracções e dores do parto que se aproxima.
Este grupo, orientado por Miguel Fragata, entrava coordenado e certinho.
O movimento altera, começam a entrar 7 figurinos de costas para o público, que ao rodarem, formam uma placa que apresenta a palavra ESPANHA. E logo em seguida aparece um exército de médicos "nuestros hermanos" para realizar o tão esperado momento... O nascimento!
Devido ao fecho das variadas maternidades espalhadas pelo nosso pais, vamos passar a conceber os nossos filhos em Portugal mas paridos em Espanha!
O ritmo altera-se ligeiramente, o Coro Polifónico da Casa do Povo de Tondela, entoa agora uma canção marcada pelos sons de várias aves, galinhas e pássaros de vários géneros. De ambas as laterais do "palco" entram vários personagens vestidos com asas. Percorrem o espaço alegres e bem dispostos... Dançando e brincando, tal qual um verdadeiro "Lago dos Cisnes"!
Até que... a música muda! Entra uma figura enorme... Um passarão negro... A medida que ele passa, as outras aves vão morrendo automáticamente... E como se não basta-se, ainda aparecem pessoas esfomeadas, que ao caçarem e comerem o passaro, acabam também por falecer...
Sandra Santos organizou e coordenou muito bem este grupo... A gripe aproxima-se, e em vez de se direccionar o dinheiro gasto todos os anos em armamento, para o estudo destas gripes e doenças que podem causar milhares de mortos, continua-se a investir ainda em outras maneiras de nos matarmos uns aos outros!
Mas, que é isto??? Estas peixeiradas que se ouvem???...
Entraram as nossas vendedoras ambulantes... "comprem meninas comprem... Comprem que é tudo de marca... Roubado mas de marca"... "Olha a meinha de barcelos... Vai desde a ponta do pé até a.... Comprem meninas comprem"!
No palco aparece uma tenda gigante, a festa instala-se, variadíssimos vendedores e compradores circulam pelo espaço em grande farra e alegria.
No entanto... os condutores desfreados de carrinhos de hipermercado aparecem de toda a parte... Em excesso de velocidade, apanhando tudo o que aparece pela frente até deitarem abaixo a tenda toda...
A necessidade obsessiva de consumo levou ao aparecimento de milhares hipermercados. O comêrcio popular apresenta sinais de desaparecimento...
Raquel Costa pegou nos seus meninos e criou um quadro fantástico, cheio de cor e movimento.
E é então chegada a hora... Depois destas actuações... é chegada a altura de queimar o culpado.
JUDAS... ou neste caso o JUDEX 666, adaptado do Simplex 333. Medidas apontadas pelo nosso governo para "melhorar" o nosso pais...
Entram então em palco 19 pessoas, 3 malabaristas de massas e bastões e o restantes com as swings de fogo... Preparados para animar e aquecer a noite... O JUDEX 666 vai ARDER...
7 comentários:
pois ardeu, mesmo bem…
mais um ano, pró ano cá te esperamos
(nono não é?)
abraço, zt
Nono... já... fogo... o tempo voa mesmo...
Mas pronto... pelo menos prometo que no 10 festejamos isso em grande;)
E vou sempre, pelo menos até decidirem queimar-me juntamente com o judas;)
Abraços
sabes o que te digo:
GANDA POSTE :)
felicito-o pela "perfomance"!
Sabe mesmo bem ao nosso palato cultural ver como bem se trabalha programação lúdica no nosso burgo lusitano.
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