Cheira a Verão

As noites já sabem a verão.

Já saio a rua vestindo pouco mais que uma t-shirt e umas calças.

Sabe bem estar já com a janela aberta à noite, enquanto dentro de casa as luzes estão desligadas e só se ouve um som calmo, suave e doce. O cigarro vai-se queimando e lá fora vê-se um mar de telhados.

Sim, é verdade, tenho de admitir que tenho uma boa vista do meu 7 andar. Isso é o que mais me atrai naquele confortável T2.

Depois saindo com os amigos. Ir até uma esplanada e ficar ali na conversa, enquanto se petisca qualquer coisa.

Ir dançar!!! Sim, eu sei que é suspeito eu falar nisso pois adoro dançar, mas ir até um barzito fixe tipo o Havana, num Domingo ao fim do dia, e ficar ali a dançar ao ritmo de sons salseiros e kizombas sabe muito bem. Dá energia, revitaliza o corpo e acima de tudo desliga a mente. Descançando-a e preparando-a para mais uma semana de trabalho.
E isto claro só no Domingo ao fim do dia. Entre as 19h30 e as 22h. Porque antes disso foi na Sexta à noite, no Sábado à noite. E claro, sempre que se pode e se sabe de locais onde a dança e os ritmos quentes estejam à nossa espera.

No passado Sábado estava a decorrer mais um congresso de Salsa. E como o preço do bilhete não era proporcional (no meu ponto de vista) ao espectáculo em si, resolvi ir com uns amigos a Oeiras, a um local onde existem danças de salão. Desde o slow foxtrot, ao quick-step, passando pelo valsa lenta e a viannense, até a ritmos mais latinos como a rumba, o samba, o cha cha cha e etc.
A primeira imagem que tive quando vi a sala é que parecia os bailes do tempo dos meus pais, tal como era essa a idade média das pessoas que lá estavam. Mas felizmente ao lado havia outra sala... A sala da kizomba. E assim foi, kizombas e kuduros até não poder mais. Claro, de vez em quando ia-se até ao outro lado dar um pézinho de quick-step ou jive, ou então ficar de boca aberta a ver os professores de Tango Argentino a fazer uma exibiçãozita.

E tudo isto, o mais importante de tudo isto, é que foi feito com cheiro a verão.
Sair de todos esses sítios e ainda sentir uma aragem quente e suave, o vento do sul brindava-nos com o seu sopro.

Ainda hão-de vir alguns dias de chuva, pelo menos espero que venham, temos de "regar" o nosso pais. E eu também admito que adoro andar a chuva. Caminhar no meio do mato, sentindo a água cair em cima de mim, e mesmo ficando com os óculos molhados e embaciados, refresca a cabeça.

Mas sentir este ligeiro cheiro de verão dá forças e energias inimagináveis.