domingo, dezembro 23, 2007

fun quiz for myspace profile and blog

Lets101 Quizzes - online fun quiz

quinta-feira, dezembro 13, 2007

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Tempo de partir

Chegou a minha hora...

Depois de vários anos ligado ao associativismo juvenil, começo a sentir-me farto de tantas reuniões, tomadas de decisão, disse que disse e disse que não disse.
A alegria de acreditar já não é suficientemente forte para me fazer sair da cama e/ou condicionar as minhas outras actividades em função do associativismo.
Fiquei farto de putos armados em políticos e pior que isso, políticos armados em putos. Já não acredito que haja boa vontade em fazer as coisas pelos ideais. Parece que só os interesses fazem avançar as decisões e as actividades consequentes das mesmas decisões.
Depois de vários anos (quase 14 anos ) ligado a várias associações e plataformas, em que ia sempre com alegria, um sorriso e um abraço, prontos a partilhar a cada instante. A palavra de ordem era: "Basta sonhar e querer que as coisas avançam" ou "Uma pessoa consegue mudar o mundo".
Neste momento já não acredito. Uma pessoa não muda o mundo, não basta sonhar e querer fazer que as coisas avançam... As vezes até sinto que as coisas retrocedem.
Em 14 anos, andei sempre a lutar pelas mesmas coisa. Sempre que parecia que estavamos quase a ganhar um tópico... Algo fazia com que voltassemos ao ponto de partida:
A igualdade das mulheres;
A educação sexual;
A liberdade de escolha;
O direito a uma educação de qualidade e gratuita;
A educação não formal;
etc... etc... etc... e tantas mil e umas outras coisa pelas quais se lutam há (pelo menos eu ) 14 anos...
Claro que há coisas que ficarão sempre dentro de mim... As pessoas que conheci, os amigos que fiz, as aventuras que partilhei, as emoções vividas, as noites sem dormir na conversa e partilha de vivências, as noites a bater com a cabeça nas paredes para redigir o documento final, as horas de assembleias gerais, os jantares, as noites nas pousadas de juventude, as canções, as anedotas e danças, as tradições compridas e outras criadas... Estas e tantas outras coisas, de certo que não sairão de dentro de mim. Enquanto a mente não me pregar nenhuma partida, lembrar-me-ei de cada pessoa/vivência/emoção, de certo com um sorriso nos lábios e uma lágrima no canto do olho (que a medida que vou escrevendo isto, já vai querendo sair).
Desde que decidi fazer a minha partida nos escuteiros, que esta é a escolha mais difícil que tive de tomar minha vida... Não é fácil assumir que já não acreditamos. Que estamos fartos e cansados... Principalmente quando isto é acompanhado por um carrocel de emoções...
Por no fundo no fundo até acredito que se possa mudar e que o associativismo tem de se manter vivo...
Esta na altura é de os putos resolverem virar jovens e seguir também o caminho deles. Esta na altura de os jovens de agora arregaçarem as mangas e pegarem no que nós deixamos e continuarem.
Mas que continuem pelo caminho que eles escolherem.
Como uma vez ouvi num filme "Bury the dead, they stink up the joint" e esta na altura de me enterrarem (a mim e aos cotas da minha geração) e seguirem em frente.
E assim, desejando aos miúdos que ai vêm, força e dedicação para essa nova etapa...
Despeço-me com a certeza que fiz o meu papel e que me foram dos melhores anos da minha vida.

Para os nossos políticos aprenderem

Um político, que estava em plena campanha, chegou a uma pequena cidade, subiu num caixote e começou o seu discurso:

- Compatriotas, companheiros, amigos! Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou ajuntados, para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou de vida ou de morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:

- Ouça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer a mesma coisa?

O candidato respondeu:

- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos, etc.. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado, ali jogado na esquina.

De imediato, o bêbado se levantou, cambaleando, e respondeu:

- Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O facto, circunstância ou razão pelo qual me encontro (hic) num estado etílico, bêbado ou mamado (hic), não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou, mesmo, ralé hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. me merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic) os seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana da sua mãe biológica ou à puta que o pariu!

terça-feira, dezembro 04, 2007

sábado, dezembro 01, 2007

Erotic Sex Style

Whats your sex style?

Erotic Sex Style
Erotic Sex Style
Kissing, touching...pulling hair...handcuffs...whatever goes in your bedroom or backyard...truck...neighbors bedroom even! Its lights, camera ...ACTION BABY!
How do you compare?
Take this test! | Tests from Testriffic

quinta-feira, novembro 15, 2007

somewhere over the rainbow...


Quem não se lembra deste filme???

sexta-feira, novembro 02, 2007

terça-feira, outubro 23, 2007

Speed Test

terça-feira, outubro 09, 2007

Cuidado manifestantes... "Eles" andam ai...

Mais uma noticia à qual eu não poderia ficar indiferente... http://jn.sapo.pt/2007/10/09/nacional/protesto_antisocrates_visita_psp.html

Novamente o JN partilha a informação sobre a visita de Agentes da PSP ao sindicato de professores que irão manifestar a sua insatisfação na visita do nosso Primeiro-Ministro.

Além da ter o link para o site, não resisto a copiar o artigo todo para aqui...

"Protesto anti-Sócrates dá visita da PSP


Ontem à tarde, dois agentes da PSP à paisana terão entrado nas instalações da Covilhã do Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC), pedido informações sobre o protesto com que o primeiro-ministro se vai confrontar hoje na cidade, aconselhado os sindicalistas a terem "cuidado com a linguagem" e levado panfletos informativos.

"Esta acção de características pidescas, que um agente designou de rotina, assume contornos repugnantes e deploráveis, e constitui uma clara violação dos direitos, liberdades e garantias das instituições democráticas", acusou o SPRC, em comunicado onde diz tratar-se, também, de algo "nunca visto, em 25 anos do SPRC e 33 de democracia".

O SPRC é um dos sindicatos que promove o "cordão humano" que receberá José Sócrates hoje à tarde, quando este visitar a Escola Frei Heitor Pinto (onde estudou), no âmbito da iniciativa "Regresso à Escola". Daí que interprete a entrada da PSP nas suas instalações como uma tentativa de "intimidar" quem tenciona participar no protesto.

"Os polícias que passaram pelo SPRC pediram informações sobre o que íamos fazer e arrogaram-se no direito de dar conselhos. Que tivéssemos cuidado com a linguagem, que não fosse atentatória da integridade pessoal", contou à Lusa a dirigente sindical Dulce Pinheiro. Também da direcção do SPRC, Francisco Almeida realçou, ao JN, que "a PSP tem um comando operacional e um comando político. Sabemos nós se os dois agentes lá foram contrariados?...", questionou, acrescentando que o protesto foi autorizado pelo Governo Civil de Castelo Branco.

A PSP não confirmou nem desmentiu a acção policial. "Não tive conhecimento, mas é possível que tenha acontecido", disse Francisco Casteleiro, em substituição do comandante da PSP da Covilhã. "Mais tarde, serão prestados alguns esclarecimentos", declarou, por seu turno, João Frias, da direcção nacional. Para o SPRC, a iniciativa da PSP "faria corar os governantes mais à direita que passaram pelo poder no pós-25 de Abril". Nelson Morais"


Bem...Pelos vistos a PSP agora tem uma nova equipa de educação cívica... Não é só na escola que iremos ter aulas... Senhores professores, vejam que isto pode ser mais uma saida com futuro... Inscrevem-se na PSP e pode ser que consigam ir parar a este novo departamento :P

segunda-feira, outubro 08, 2007

"...Retiravam uma faixa..."

Depois de um fim-de-semana maiorzito deparo-me com uma noticia que à primeira nem me chamou a atenção... Mas houve um paragrafo que esse sim me tocou de alguma maneira...

No site do DN (como poderão ver aqui) encontrei o seguinte:

"Momentos antes da chegada de José Sócrates, elementos da Guarda Nacional Republicana retiraram aos sindicalistas uma faixa o que os levou a gritar palavras de ordem como "25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!", ao mesmo tempo que apupavam a acção das forças de segurança."

Epá... Desde quando é que a GNR tem o papel de retirar seja o que for as pessoas, desde que não coloquem a segurança dos restantes, em risco. Se retirassem armas, facas, fisgas, eu até percebia, agora retirar uma faixa??? Realmente não percebo.

Será que as forças daquela que no meu tempo era chamada à boca fechada de Grande Ninho de Ratos (GNR) irá começar agora a "retirar" pequenas passagens nos livros?

Será que irei ser "identificado" por escrever este texto neste blog??? (ou pior ainda... será que me irão fechar o blog???)

Bem, aconteça o que acontecer, eu acho que vai ser "nada" mesmo, vamos seguindo e vivendo... E vêmo-nos por ai.

segunda-feira, setembro 24, 2007




You Are An Ash Tree



You are vivacious and impulsive, which makes you extremely attractive to many.

Intelligent and demanding, you don't care much for criticism.

You have a ton of ambition and talent, and sometimes money rules your heart.

You like to play with fate, and you can be very egotistical and restless.

Demanding of attention, you need love and a lot of emotional support.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Dance With Me

Desde 1998 que ando a perder este filme maravilhoso.
Tive a sorte de o ver hoje... E a minha paixão pela dança percorre todos os recantos do meu corpo... Vibra e impele-me para a pista...
Dance with me leva-nos a uma viagem pelo mundo da dança, mas sobretudo leva-nos a descobrir-nos interiormente e o porque de gostarmos de dançar.

Um corredio de emoções e ritmos invade a nossa alma à medida que as notas vão sendo ouvidas e os passos descortinados.
Neste primeiro preview mostro como a Rumba é realmente e dança do amor, da paixão, da dor...



Neste segundo levo-nos até à salsa... Ritmo mais cubano e de paixão, diversão, fantasia, libertação...
Por mais cheio que a pista esteja, por mais difícil que seja movermo-nos, nada impede que deslizemos pela pista fora sempre contentes e divertidos...



Vamos dançar?

quinta-feira, setembro 06, 2007

Viva Forever

Não sendo um apaixonado tão fervescente da música lírica, não posso ficar indiferente pela partida deste grandioso cantor.
Custa sem dúvida saber que esta "pequena" personagem de 1m e 90cm faleceu hoje de madrugada numa luta contra um tumor no pâncreas.

Imortalizando o seu nome nos anais da história, Pavarotti tem duas entradas no livro Guinness World Records: o maior número de chamadas ao palco — 165 — e o álbum de música clássica mais vendido de sempre (In Concert de Os Três Tenores partilhado com os colegas Plácido Domingo e José Carreras).*

Sem dúvida que ele se imortalizou na música lírica, mas também é de lembrar e acarinhar os outros projectos onde este cantor dedicou parte da sua vida e da sua grandiosa voz...

Desde a sua participação com cantores da música pop, ao projecto que ele apadrinhou intitulado de "Pavarotti and Friends" com o intuito e objectivo de ajudar crianças de todo o mundo.

Mesmo tendo consciência que existem mil e uma outras músicas que poderia ter escolhido para lhe dedicar aqui, acabei por escolher esta, cantada com um outro grupo que não me atrai de todo, mas que neste caso acho que junta tudo aquilo que este Tenor foi e o que ele nos faz sentir com a sua partida.

"VIVA FOREVER" PAVAROTTI...



"Do you still remember how we used to be
Feeling together believe in whatever
My love has said to me
Both of us were dreamers Young love in the sun
Felt like my saviour My spirit I gave you
We'd only just begun
Hasta Manana Always be mine
Viva Forever I'll be waiting
Everlasting Like the sun
Live Forever for the moment
Ever searching for the world
Yes I still remember every whispered word
The touch of your skin, giving life from within
Like a love song that I've heard
Slipping through our fingers, like the sands of time
Promises made, every memory saved
Has reflections in my mind
Hasta Manana, always be mine
Viva Forever, I'll be waiting
Everlasting, Like the sun
Live Forever, For the moment
Ever searching, for the world
But we're all alone, was it just a dream
Feelings untold, They will never be sold
And the secrets safe with me
Hasta Manana, always be mine
Viva Forever, I'll be waiting
Everlasting, Like the sun
Live Forever, for the moment
Ever searching, for the world "



Não podia deixar de incluir esta música também... Magnífica...



* - Wikipédia

quinta-feira, agosto 09, 2007

Andanças 2007

Mais um ano de (an)danças...

Este ano mais calmito. Era mesmo passear, estar à beira-rio ou piscina, jogando as cartas e conversando.
Danças era mesmo só à noite. Numa tenda minúscula, a abarrotar de gente, que não paravam de se mexer ao som das kizombas, salsas, funanás e outros ritmos do género.

Infelizmente a organização ainda não se apercebeu que as pessoas, cada vez mais, procuram ritmos latinos e africanos, e como tem mais interesse (se não têm então deram isso a demonstrar) nas danças europeias, acabaram por engalinhar os que procuravam estes ritmos, numa tenda que não chegava para todos. Havendo inclusive tendas maiores e fechadas.

Ali, para se dançar, só mesmo agarradinhos, agarradinhos... Era só calor humano...

Felizmente, no meio disto tudo, o que valeu mesmo a pena foi o convívio.
Conhecer pessoas novas e reforçar amizades.
Ai sim. O Andanças 2007 valeu por isso.

Foi bom abrir corações, conhecer almas e sentimentos.
Foi sorrir, saltar, danças, brincar... Provocar reacções e emoções.

O condomínio de vivendas do espaço de dança, era mais do que aberto e fazia as pessoas sentirem-se bem, relaxadas e bem-dispostas.

Apesar de toda a gente já se conhecer, há sempre mais uma coisa a aprender de cada um. O que eu posso dizer é que foi excelente conhece-los todos um pouco mais.

Cada vivenda tinha o nome dos seus habitantes lá marcado, a rede estava estendida, os bancos colocados estrategicamente, as pessoas... alegres e divertidas.

Jogava-se ao "olho do cú"... Jogo de cartas que aprendi a jogar e no qual me tornei viciado.

Brindava-se ao sabor da cerveja, com a caneca de metal (o púcaro) que ganhou moda por aqueles lados, e que andava pendurado na presilha de toda a gente.

Bons momentos lá se viveram e promessas que muitos outros se irão viver...

Claro que nem tudo foram rosas e doces... A organização esta de parabéns pela qualidade com que as instalações tem estado a crescer e a melhorar de ano para ano. No entanto este ano o programa estava mais fraco que o habitual. As festas à noite estavam muito paradas e com pouca variedade...

quarta-feira, julho 25, 2007

A magia dos musicais

De volta ao vício da fotografia.

Desta vez, tive a sorte e o prazer de ter sido autorizado a fotografar um novo espectáculo.
Main Event Espectáculos - Tem um projecto musical baseado numa "mistura" de vários musicais marcantes, que nos acompanharam ao longo da vida.

A magia dos musicais, leva-nos num passeio de carrocel cheio de emoções e sensações. Passando por Cats, Miss Saigão, Rei leão, O fantasma da Ópera, Os Miseráveis, entre outros, remete-nos aos grandes musicais que nos acompanharam na nossa vida.


Bem... O espectáculo em si... espero que consiga vir a arranjar a gravação áudio do mesmo, e talvez consiga ter autorização para colocar aqui... Foi fantástico. Apesar de algumas dificuldades técnicas, o som saiu forte e preciso. As luzes foram muito bem desenhadas e preparadas.

Os músicos, brincaram, fizeram rir, e deliciaram-nos com as suas interpretações. Mas mais do que isso, foi a cumplicidade que este trio demonstrou em palco.

Os cantores... Que posso dizer deles... Bem posso dizer que é sempre engraçado ver "de fora" as reacções de cada um deles. Antes de falar da performance em si, sorrio sempre que me lembro das maneira com que cada um lidava com os nervos e as emoções. Posso dizer que realmente "cada cabeça cada sentença". Desde um que estava sempre sorridente e divertido, ao outro que estava sempre a pensar já na próxima música, passando pelo que nem abria a boca exceptuando quando tinha mesmo de o fazer, ou até pelo que andava sempre a correr de um lado para o outro a ver se estava tudo a correr bem.

Mas, o que conta é que realmente a performance em palco... E ai, meus amigos, digo só que conquistaram o público de Santo António de Cavaleiros, sendo surpreendidos no fim por uma ovação de pé, por parte de todas as pessoas que, durante 2 horas, ficaram maravilhadas a ve-los e a ouvi-los.




Ficha Técnica

Cantores:
Sofia de Castro - soprano
Cláudia Baião - soprano
Inês Madeira - mezzo-soprano
Pedro Mimoso - cantor ligeiro
Diogo Oliveira - baritono

Músicos
Abel Chaves - piano
Hélio Gonçalves - contrabaixo/tuba
João Luis Português - bateria

Luzes e som - Janitasound
Figurinos - Pessoa Júnior

quinta-feira, julho 19, 2007

Chill Out

Aqui deixo uma das músicas que me tem acompanhado já há alguns anos...

De vez em quando apetece mesmo entrar em momentos de "Chill Out" e apenas fechar os olhos e ficar a ouvir o dedilhar de dedos mágicos nas cordas de uma guitarra.

John Lee Hooker Obrigado por seres o mestre que és.
Carlos Santana... Keep Playing.

sábado, julho 14, 2007

Obrigado Jorge

Dedicado a todos os meus amigos ;)

quarta-feira, julho 04, 2007

O valor...

O valor que o peido tem

O peido é bom toda hora
Sem peido não há quem passe
A criança quando nasce
Tanto peida como chora
Um peido ao romper da aurora
Eu não troco por ninguém
Há noites que eu solto cem
Peidos grandes e pequenos
Já conheço mais ou menos
O valor que o peido tem

Um velho já moribundo
Nas agonias da morte
Soltou um peido tão forte
Que se ouviu no outro mundo
O peido gritou no fundo
Que só apito de trem
O velho sentiu-se bem
Levantou-se no outro dia
Dizendo a quem não sabia
O valor que o peido tem

Pela porta do bufante
Para não morrer de volvo
Diariamente eu devolvo
peido grande a todo instante
O sujeito ignorante
Não me compreende bem
Fecha a porta do "sedem"
Deixa o peido apodrecer
Esse morre sem saber
O valor que o peido tem

Um peido silencioso
Por baixo de um cobertor
É tão grande o seu valor
Que descrevê-lo é custoso
Cheira mais que o mais cheiroso
Vale de Jerusalém
As roseiras de Siquem
As savanas do Saara
Nada disso se compara
O valor que o peido tem

Ofende muito a pressão
peido grande encarcerado
Deixa o corpo aliviado
Depois que sai da prisão
As veias do coração
Controlam-se muito bem
Sente o coração também
Uma alegria sem par
Ninguém sabe calcular
O valor que o peido tem

Uma dor que faz mudar
A cadencia dos ouvidos
São os peidos recolhidos
Que você não quis soltar
Não vá se... prejudicar
Em respeito a seu ninguém
O velho Matusalém
Quase mil anos viveu
Porque toda vida deu
O valor que o peido tem

Um negro foi se casar
Ou se casava ou morria
Peidou tanto neste dia
Quase derruba o altar
A noiva foi reclamar
Findou peidando também
O padre disse meu bem
Ninguém dar mais do que eu
O valor que o peido tem

Peido azedo de água soda
Fede a casca de limão
E de jabá com feijão
Passa folgado na "roda"
Peido nenhum se encomoda
Com censuras de ninguém
Presta um favor quando vem
Aliviar quem padece
É quando a gente conhece
O valor que o peido tem

Peido fedendo a chulé
Num samba de madrugada
Sai com tanta misturada
Que ninguém sabe o que é
Mais um peido de Pelé
Jogador que vive bem
Passa veloz no vintém
Não há goleiro que pegue
Nenhum bom juiz que negue
O valor que o peido tem

Que prazer eu não teria
Se um peido se apresentasse
Bem fedorento e peidasse
Deixando a fotografia
Mas o peido não confia
Nos olhos de seu ninguém
São mistérios do além
Não posso compreender
Mas vale a pena saber
O valor que o peido tem

Um peido em pleno verão
Cheirando a cú de veado
"Tava" sendo arrematado
Numa festa de leilão
Quando chegou num milhão
Não quis mais gritar ninguém
Naquilo o prefeito vem
Dizendo a honra me cabe
Minha prefeitura sabe
O valor que o peido tem

Dizia o velho Abranhão
Para seu neto Isau
O peido agradece ao cú
Depois que sai da prisão,
Peidava um tal de Sansão
Pelado, e cego de guia
Temendo a onda bravia
Moisés peidou no oceano
E o papa no Vaticano
Só peida uma vez por dia

Alguém disse que Jacó
Quando casou com Raquel
Passou a lua de mel
Peidando de fazer dó
Esse parente de ló
Era genro de Labão,
Davi, pai de Salomão
Poeta, Rei e pastor
Peidava fazendo amor
Na cama fria do chão.

O homem velho esmorece
Assim que a noite aparece
Se deita e faz uma prece
Lá num canto da parede,
Meia noite se levanta
Com secura na garganta
Pega um caneco de "frande"
Vai ao pote mata a sede
Solta quatro peido grande
Volta cegado prá rede.

Peido fino é safadeza
Peido alto é cretinice
Peido suave é meiguice
Peido baixo o é sutileza
Silencioso é firmeza
Peido brando indica paz
O grosso é dos anormais
Sempre indica frouxidão
Mas chegando a perfeição
O homem não peida mais.

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Otacílio Batista Patriota

Valsinha

Valsinha

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar

Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

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Vinicius de Moraes – Chico Buarque

segunda-feira, junho 25, 2007

terça-feira, junho 19, 2007

sexta-feira, abril 27, 2007

Já nem sei escrever

Já há muito tempo que tenho andado a dedicar-me ao meu outro hobbie, a fotografia.... E deixei este pequeno canto esquecido e abandonado... Já se encontram teias de aranha a cobrir as paredes e a impedir o avanço.
Eu até gosto de olhar para teias de aranha... mas quando esta na altura de percorrer um espaço que esteja, por estas coberta, é sempre arrepiante e chato.
As vezes dou por mim a olhar para pouco que tenho escrito aqui e... Parece que já nem sei escrever... Das minhas mãos tem saído apenas frases confusas, distantes, básicas... e isto é dizer pouco.
O cérebro bloqueou-se. Nunca foi grande coisa é verdade, mas ultimamente anda lerdo... Parece que a perdi toda a minha capacidade de síntese e de contador de histórias.
A falar de mim, sou ainda pior. O que me ia safando era mesmo a facilidade com que aqui, ainda ia escrevendo de mim... Assim sempre podia dar-me mais a conhecer, dar mais um pedaço de mim a quem quisesse saber mais de mim... Mas nem isso tenho conseguido...

Não, não vou deixar de vir aqui escrever, apenas acho que na vida, à momentos para tudo... E não considerando isto sequer uma paragem, umas férias ou algo do género... Vou manter a minha postura de só ir escrevendo o que realmente me vem à alma e quando o quero fazer.

A vida é um espectáculo e agora que o verão mostra as suas garras, ainda mais vontade de fazer coisas tenho... As imagens chamam pela minha lente fotográfica... O calor convida à esplanada com a "fresquinha" na mão... As caracoladas com os amigos... A areia quente a envolver o nosso corpo...

Por tudo o que disse, despeço-me então, com um grande abraço

quinta-feira, abril 12, 2007

Judas Zero Sete

Passados nove anos o Judas continua a ser queimado e bem queimado!

Tradição popular, recuperada pela ACERT, a queima do Judas é já um marco na Santa Terrinha de Tondela.

Um espectáculo de teatro de Rua que reune já centenas de jovens (e não só) que, segundo as últimas estatíscticas neste ano do Senhor de 2007, estiveram inscritos cerca de 230 participantes.

Dividida em vários momentos, a semana de preparação para a tão esperada queima, permite que todos os participantes façam processos de aprendizagem em várias áreas distintas.

Desde a construção dos cenários e dos figurinos, até à construção do movimento e da actuação propriamente dita.

É sempre uma semana intensa e este ano não foi diferente.
Ilda, Ruy, Sandra e Raquel, coordenadas pelo José Rui, este ano não perdoaram e, logo no segundo dia de ensaios e preparação, deixaram estas 2 centenas de participantes com as pernas todas moidas, até caminhar era um suplício.

Com algum stress, provido de bastantes alterações constantes no movimento que se estava a criar, os 7 grupos inventados para este espectáculo lá foram avançando.
A cooreografia geral (em que entravam todos os participantes), o grupo dos nossos Zero Sete, os E.T.'s e também o grupo do fogo, estavam sob a alçada e responsábilidade de Ruy.
Ilda por sua vez, mantinha as 40 pestes do grupo de petróleo com muitos Ia, aí, andom e Random cheios de energia e sobretudo com muita ATITUDE. (o quê quê precisooooo?)
Um grupo de enfermeiros, médicos, doentes, maqueiros e etc, eram coordenados pela Sandra. E realmente... "mais vale um bisturi nas mãos de quem gostamos, que estar uma eternidade na lista de espera".
E as musas, bonecas cheias de bikini, meninos a jogar à bola, e outros playboys deitados e a brincar nas areias das praias eram apaparicados pela Raquel.
Por sua vez, José Rui, tratava de integrar todos estes grupos num só movimento geral e contínuo. Tal como estar também responsável por todo o resto do espectáculo. Desde o fogo de artificio, ao som, etc.
Claro que tudo isto não seria possível só com estes senhores. Nas sombras e bem escondidos andava uma grande equipa de técnicos e pessoas apaixonadas, que mais do que por obrigação, fazem esta queima anual com prazer e delírio.
Desde o grande Pompéu (coordenador do indispensável grupo que são os Manchas Negras) e claro, todos os seus elementos. Que nunca aparecendo ou dando a cara (motivo que originou o seu nome) seria impensável fazer algo deste tamanho sem eles.
Até ao Rosa, que com as ajudas que vai encontrando e raptando para a sala de costura cria todos os figurinos que 200 pessoas irão vestir.
O grupo de música dirigido pelo "maestro" Fran Perez e que contém compositores, músicos e professores de grande gabarito.

Muitas outras pessoas mereceriam ser escritas aqui... Não o vou fazer, e de certo elas compreendem, mas seria transformar o que seria um texto que fala de algo numa ficha técnica e isso, deixo a quem de direito...

Mas não podia deixar de falar das energias vividas naquela semana. Estar no meio de duas centenas de pessoas é algo já por si intenso. Ainda mais é, quando essas pessoas, estão todas a trabalhar com o mesmo sentido.
Tive a sorte de pertencer a grande "irmandade". 10 pessoas que também já participam na queima há alguns anitos... Será que vão continuar??? Quero ver quem se mantém lá na minha idade! (e isto é uma provocação para eles :P)




p.s. - Em breve no site da ACERT, estará toda a galeria oficial das fotos... No entanto, para os mais apressados, poderão encontrar mais em: http://josecoelho.homelinux.com/

domingo, março 18, 2007

sábado, março 17, 2007

"Amar-te é esta distancia"


"Amar-te é esta distancia
e junto ao mar
senti-lo viajando
Azul e com estrondo

Amar-te é uma fogueira
sobre a onde
sítio de uma lavra
de milho ou mandioca
na areia que me foge
sob a espuma"*



*Manuel Rui

sexta-feira, março 16, 2007

segunda-feira, março 12, 2007

...my barbaric YAWP...

"I sound my barbaric YAWP over the roofs of the world."*


*Walt Whitman
in Leaves of Grass

sábado, março 10, 2007

Largo de Santo Antoninho

"Como dava beijos lentos, duravam-me mais os amores"*

Largo de Santo Antoninho.
Ouve-se a música de um vizinho qualquer. O bater das asas de vários pombos esvoaçantes.
O eléctrico passa várias vezes, para cima e para baixo, sempre ao seu ritmo assíncrono.
Várias almas circulam, cada um no seu tempo. Cães transitam tanto à frente, com atrás de seus donos!
Ouve-se o grito alegre das crianças que brincam. Às vezes, também as insinuações maldosas de umas para as outras.
Ao longe, ouve-se a voz de uma mãe que tenta impor algum respeito nas suas crias.
O chiar da corda da roupa junta-se a harmonia de vida própria do bairro.
Uma camisola verde aparece-me à vista. É já a segunda vez que me entra assim no olhar. - Gostava de a fotografar. - Penso.
Um grupo de cinco adolescentes entra no largo, mantendo sempre o ritmo da vida do mesmo. - Cátia Santos - distingue-se entre as palavras que eles trocam. Não faço ideia de qual delas é!
Ouve-se agora a música de outro vizinho. Uma voz masculina, grave, lenta, aconchega agora o bairro. Impera o silêncio.
A música lenta e distante provoca um baixar do barulho constante.
Numa janela de rés-do-chão, distingue-se os contornos de uma face já marcada pelo tempo. Uma velhota espreita o seu Antoninho.
Não sei precisar à quanto tempo, aquele olhar atento ali se encontra, mas desconfio que há bastante.
Nada parece escapar à sua vista rodeada de rugas.
Na esquina oposta, contorna um velhote com alguns sacos nas mãos. Acompanho as suas passadas, e noto, que se dirige a porta da nossa rugosa observadora.
A janela esta fechada! Não existe nenhum olhar observador dentro dela.
- Estaria a olhar a vida enquanto esperava o seu companheiro?
Acompanhando a green, delicio-me com uma castanhinha (pequeno bolo de chocolate coberto com um creme também do mesmo sabor). Delícia que se encontra aqui na "Da Mariquinhas".

Ao longe ouve-se uma sirene, portas a abrir e a fechar, pessoas a circular.

Aaahhhhhh. Que bem que se passa uma tarde solarenga num bairro lisboeta. Ser um eterno turista nesta cidade.






*Ramón Gómez de la Serna
in "Greguerías"

sexta-feira, março 09, 2007

Hoje vi a PRIMAVERA

Estava aqui parado a ver as pessoas que se moviam pelo bar escuro, enquanto reflectia nas palavras que tinha acabado de trocar com o Changuito. Faláramos sobre escritores e a maneira como isso mexe com a sua vida e com a sua personalidade.
E realmente, estar a olhar para uma folha de papel em branco, a pensar no que se irá escrever, é complicado. O cérebro parece que dá um nó. Nada sai!
Eu escrevo por prazer, por isso, dou-me ao luxo de não escrever... Mas e quem decidiu fazer disto profissão? Quem acaba por passar 8H por dia a olhar para uma folha de papel em branco?
Enquanto pensava nisto, uma imagem bateu-me à porta da cabeça...

Hoje vi a Primavera!

Tinha ido dar a minha volta pelo bairro. Ia alegre, bem disposto e, quando chego ao sítio escolhido para fazer os alongamentos, vejo-a.
Uma árvore - que infelizmente, devido ao meu fraco conhecimento de botánica, não soube identificar - encontrava-se completamente florida.
Os seus braços encham-se de delicadas petalas brancas. O seu chapêu, cheio de neve, balançava ao sabor da brisa que se sentia. O seu regaço forte e aconchegante, convidava ao abraço (Lembro-me, agora que escrevo isto, do dia em que, numa actividade de escuteiros, abracei uma árvore. Sentimento de conforto e bem estar que ainda hoje me acompanha).
Olhei para ela e disse-lhe:
- Amanhã venho fotografar-te!
Fiz os alongamentos e lá continuei o meu caminho. Observava ainda mais o bairro que percorria. Tinha os sentido atentos (tirando a audição que ia abafada pelo som que saia dos phones). Quando algum cão vinha no quintal ladrar-me ameaçadoramente, olhava para ele, sorria e dizia:
- Boa noite fofito. Vá, vai lá para dentro que aqui fora ainda esta frio e dás cabo da garganta.
E lá continuava sem sequer abrandar o passo.
Paro!
Acabei de ver uma árvore nua. Nos seus braços via-se o inverno. Na sua seiva sentia-se ainda o gelo.
Olhei para ela!
Sorri!
Disse-lhe:
- Linda, já esta a chegar a primavera! Para a semana, quero ver já uma folhitas no teu regaço.
E segui novamente o meu caminho.
Estava feliz.
Foi um dia Fantástico.

quinta-feira, março 08, 2007

Queima e Rebentamento do Judas 2007

Aproxima-se a passos largos o famoso espectáculo que já há muito que é fruto da mente de alguns sonhadores, concretizado por centenas de participantes activos e dedicados, e visto por milhares de pessoas que se deslocam sempre, esteja chuva, frio ou apenas uma noite agradável, ao recinto. Com o intuito de queimar o dito culpado dos males do mundo.

JUDAS, personagem sempre presente, será acusada, condenada e executada uma vez mais.

A semana de preparação aproxima-se... de 1 a 7 de Abril, centenas de pessoas percorrerão o espaço da Associação Cultural e Recreativa de Tondela com o intuito a transformar pedaços de cana, folhas de papel, tecidos, tintas, movimentos, sonhos e fantasias num grande espectáculo com a duração aproximada de 1 hora, a realizar-se na noite de Sábado.

Assim, como não podia deixar de ser, as férias estão já marcadas para que possa estar presente durante a concepção da FÁBRICA DA QUEIMA e do seu rebentamento.

As inscrições são abertas a todos que queiram sonhar, trabalhar e partilhar vivências lado a lado com umas centenas de outras gentis almas...

Vem connosco, vem sonhar, vem começar um novo ano, dando um enterro merecido aos problemas que para trás ficaram...

O Judas esta ai... vem queima-lo.

La Tigre e la Neve

Depois de um ter vivido um milhar de sentimentos distintos.
Depois de ter passado quase 2horas a rir... chorar... sorrir... encolher-me no sofá... Sentar-me rapidamente como se uma mola me empurra-se... rir à gargalhada... e por fim ficar enternecido a olhar...
Tive de vir aqui.

Roberto Benigni criou um filme cheio de emoção, sentimento, comédia, paixão, amor... eu sei lá.

La Tigre e la Neve é um filme que nos transporta entre o sonho e a realidade das personagens. Que nos leva em viagens reais e surreais. Que nos deixa perguntas sem respostas e outras certezas sem perguntas.

Um poeta vive, ama, sofre... Mas é feliz. Sofre e chora como todos, mas sofre ainda mais porque é feliz. Sente a solidão e a destruição que há em sua volta... Mas ainda mais que os outros porque é feliz. E é feliz porque ama. Porque sabe o que é o amor e quer amar. Porque é capaz de esperar 8 meses até que a palavra certa saia. Porque é capaz de se deitar no chão... Porque é nessa posição que se vê melhor o céu.

Não tem medo de cheirar a camelo. Tem medo, sim, de se zangar com uma palavra. E é capaz de ficar zangado com ela, até ela ir-lhe pedir desculpa por não ter entendido o que ele realmente queria dizer e ter-se forçado no seu cérebro.

Tem medo de não conseguir fazer pular o coração dos outros da mesma maneira que o pula no peito o seu próprio coração.

Medo de se fechar e deixar que tudo à sua volta passe tão depressa que ele não é capaz de olhar para cada pedaço com calma e atenção.
Um poeta não vê, olha! Observa tudo!

Um poeta imita uma árvore, se um pássaro poisar no seu ombro.

Infelizmente não sou poeta... Nem quero ser! Mas quero observar o mundo. Sofrer porque sou feliz, chorar porque estou contente, rir porque estou vivo, e a vida deve ser feita a rir.

Enquanto escrevo isto, deixo as teclas de um piano invadirem-me os tímpanos. Aproveitando ainda o portátil ligado à aparelhagem, ouço a banda sonora do filme que falei no último post e ao qual não lhe fiz render a sua devida homenagem. Mas não me vou repetir falando dele... Vou sim é dizer que escrevo... Porque me apetece... E apetece-me escrever sem ter nada para dizer!

Falar de como me correu o dia faz-me perder a paciência, por isso, nem disso vou falar... Apetece-me... lembrar... lembrar-me de imagens...

De como estava a lua no sábado passado, muito antes do eclipse, eram umas 18h e conduzia o meu saxo no caos da 2ª Circular em Lisboa. Encontrava-me já atrasado, e apesar de não ultrapassar muito os limites de velocidade, tive de abrandar e olhar para ela... Ela lá estava, cheia e imponente, sentia que se esticasse o braço lhe conseguiria tocar...


Hoje, quando sai do trabalho, não me apeteceu ir logo para casa, então, estacionando o carro à porta, sai em direcção a um café... Fui beber um galão e comer um bolo... Sim eu sei que estou de dieta, ou deveria estar... mas soube tão bem... Não o bolo por ser bolo e doce, mas a calma... O ver ainda o sol a preparar a sua cama para se deitar... O sentar-me no café enquanto falava ao telemóvel e olhava as pessoas à minha volta... Depois ir para casa, vestir o fato de treino e sair para dar uma volta e fazer um pouco de desporto... Estou a adorar caminhar pelo meu bairro à noite... Ver as pessoas que olham para mim como se de um louco se trata-se. Um gaijo, no meio de uma cidade atarefada e sempre atrasada para tudo, com os phones nos ouvidos, vestido com um fato de treino e a caminhar com o passo acelerado.

Agora que aqui estou a escrever isto, vejo uma imagem... não algo que tenha visto, mas que me contaram ao telefone... O pôr-do-sol... Quando o sol chega aquele ponto em que ainda não entrou na cama, mas já esta com o pijama vestido... Aquele amarelo que não encandeia quando se olha, mas que atrai... Que nos acalma... Só posso agradecer por me terem contado esta imagem...

Não sei o que fazer a seguir... Devia ir para a cama descansar... Mas sabe tão bem estar a ouvir este piano... Sentir a vela arder ao meu lado...

Já sei... vou levar a vela para a sala e lá deitar-me-ei no chão... com a música a entrar em mim...

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

"The Legend Of 1900"

Um filme fantástico, soberbo e delicioso...

Giuseppe Tornatore Cria um filme que nos leva a passear por um mundo cheio de música e emoções.

Com excelentes actores, este é um filme ao qual é impossível ficar indiferente.
Desde Tim Roth, Pruitt Taylor Vince, Mélanie Thierry, etc... Encontramo-nos constantemente num rodopio de sensações que nos faz sentir que estamos a navegar nas mesmas vagas gigantescas que nos fazem cambalear...

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Bonsai


A minha nova paixão...

Fazer crescer algo, personalizado, único e mágico.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

194

"Era uma vez uma ilha de momentos. Para poder resistir, os habitantes eram obrigados a contemplar incessantemente o desfilar das imagens que constituíam a sua natureza. Vivam fazendo descolagens."

in 463 tisanas
Ana Hatherly

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

PARABÉNS MÃE

Sim, veio com atrazo... Tu fizeste anos no dia 07... Mas eu não me esqueci... Apenas andei a deixar amadurecer o que tinha cá dentro para te conseguir dizer... E sobretudo arranjar as palavras certas e a coragem para o fazer...

Não é que precise de coragem para dizer o que sinto, mas conheces o teu filho... É como um túmulo... para ele, dizer algo que sente, é complicado...

Fizeste quantos mesmo??? 16 anitos? Vá 18 para poderes votar ;)
Digo isto porque realmente tens a força de uma MULHER de 18 anos...
Não tiveste uma vida fácil, isso não é segredo para ninguém. Levaste porrada da vida em muitos momentos da tua vida. Alias, muitas vezes a vida ainda te prega partidas e tenta deitar-te abaixo.
No entanto sempre conseguiste levantar-te todos os dias. Vestir o teu robe de mãe, sorrir e tratar da tua família.
Deixar o pequeno-almoço ao pai, para quando ele sai-se do trabalho de manhãzinha cedo. Ias acordar-me (tarefa que não é fácil... pois acordo sempre a resmungar...).
Chegava à cozinha no fim do banho e da roupa vestida e já tinha o meu pequeno-almoço pronto... O meu pauzinho com marmelada e queijo, o copo de leite bem quentinho. Tratavas da tua filha para ela não ficar a dormir até as tantas.
Ias vestir-te e tratar de ti a seguir, para saíres e ires dar aulas durante não sei quantas horas seguidas a uma série de crianças...
Depois chegavas a casa e ainda tinhas de tratar de uma das mais reguilas de todas... EU...
Aturavas o mau humor de toda a família. Ouvias os desabafos e queixas de todos (não só nós, mas TODA a família), inclusive arranjavas sempre tempo e maneira de ajudar ou até mesmo resolver TODOS os problemas que afligiam todas as pessoas à tua volta.
Tiveste uma infância dura... Nem sei bem por onde começar se quisesse falar nisso, acho que nem consigo imaginar bem o que terá sido. Graças a ti, nunca soube o que era isso.
Começas-te a trabalhar em Portugal tendo de subir uma serra montada nas costas de um burro teimoso, só para chegares à escola e ensinares o teu primeiro grupo de mentes ávidas de aprender.
Há medida que foste crescendo na carreira de docente, as coisas não foram ficando mais fáceis. Lembro-me que nos teus últimos anos como professora, se querias ter papel higiénico na casa de banho, tinhas de o levar de casa, tal como o aquecedor para manteres os pés quentes.
Passas-te privações para dares a mim e a mana tudo aquilo que nós precisavamos, e apesar de não nos teres dado demasiados mimos, tivemos a dose mais que suficiente.
Alias, ainda me lembro uma vez que me disseste: "Nem que tivesse de arranjar outro emprego a limpar e esfregar escadas de prédios, nunca nos faltaria nada".
E sempre levaste porrada da vida. Inclusive chegas-te a levar um pontapé meu.
Esse sim, é a coisa que mais me custa lembrar.

FOI A PIOR COISA QUE ALGUMA VEZ PODERIA TER FEITO.

De tudo o que me lembro, foi a única vez que o pai me bateu. Bateu-me a sério... E agora que olho... Só tenho pena das que ficaram por dar... Devia ter levado muito mais pelo crime hediondo que cometi.

No entanto, levantas-te todos os dias. Preparas o teu dia-a-dia, e também o do pai. Fazes aquilo que queres, que gostas e também aquilo que achas que deves fazer.
Nunca vi mulher tão forte como tu, e ao mesmo tempo, tão humilde!
Choras quando não consegues ajudar o outro. Choras quando te lembras que és apenas humana e não consegues fazer milagres para melhorar alguém que esta ao teu lado. Choras cinco vezes mais quando essa pessoa sou eu ou a tua filha.

E mesmo acordando a chorar, tens sempre tempo para ouvir os pedidos de ajuda. Para mandar uma mensagem de apoio e de carinho.
Então agora que andas a descobrir o e-mail é ver a minha inbox encher-se de e-mails teus com mensagens de amor e amizade.

Sei que devia ter o engenho e a arte de poder escrever isto melhor. Quem sabe até com um poema, um verso, uma canção, uma fotografia, ou qualquer outra coisa. Já ficarei feliz que, quando leres esta carta, não encontres nenhum erro ou alguma incorrecção ortográfica.

No entanto, não poderia acabar sem antes, afirmar em plenos pulmões, que tive:

A MELHOR MÃE QUE PODERIA, ALGUMA VEZ, TER TIDO!!!

ADORO-TE

P.S. - E não te preocupes com o teu filho. De uma maneira ou outra sou demasiado parecido contigo. E estou sempre pronto para uma boa luta... ;) Beijos grandes e fofos, daqueles ruidosos que te fazem sempre encolher toda quando os dou.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Eu... Viajante Azul

Acho que já por várias vezes falei do porquê me chamar BlueTraveler...

Mas a verdade é que é muito mais por gostar de viajar e conhecer culturas e locais novos...

Alias, para ser sincero é mesmo pela falta de coragem, capacidade e know how, de atirar a ancora e aportar de vez esta necessidade de viajar em emoções e sentimentos.

Viciei-me de tal maneira em andar sempre numa montanha-russa que custa parar e descer da carruagem...

Se bem que as vezes cansa andar sempre assim. Entre lutas constantes entre os princípios e os desejos. Vontades e receios.

Acalmar este fogo constante e entrar num balancear diário e estável.

Mas sempre que penso nisso, parece-me que esse porto ainda está longe. Da vigia não se ouve gritar: "TERRA À VISTA!"

Amigas minhas que conseguiram ganhar o lugar de confidentes, se é que as posso chamar assim, pois raramente falo de mim, dizem sempre que: "Ainda não encontras-te a pessoa certa! Quando a encontrares, vais atirar a ancora e nem reparas que o fizeste."

Pois, eu quero acreditar que sim, que é isso que me faz continuar ainda e sempre a viajar, sempre à procura... Mas, penso que continuo é à procura de mim. Eternamente à procura de quem eu sou e onde estou. Sempre a fugir de mim mesmo.

Dou por mim a ter medo de relações e entregas muito íntimas...
Medo de não conseguir fazer o outro feliz. Capaz de me entregar intensamente como se não houvesse amanhã.
Então se apanho alguém que também tem esse medo. Que prefere ir com calma, sem entrega muito profunda ao início... Ai então parece que consigo ligar todos os motores do meu barco e zarpar a grande velocidade...
Sim, é algo egoísta em mim... Algo que realmente só demonstra falta de coragem e vontade de lutar... Mas realmente... preciso de ser arrebatado. Preciso que consigam fazer-me perder o control. Para ser ainda mais directo, preciso que me consigam chocar...

E admito que não é fácil fazer-me ficar chocado, baralhado e sem saber bem o que dizer ou fazer.

A vida inteira delineei, de uma maneira ou outra, aquilo que queria fazer, que queria seguir...
Adoro conhecer tudo aquilo que muitas pessoas chamam de fantasias e até perversões.
Adoro estudar história e religião. Saber como e porquê a sociedade é como é. E que percurso fez para chegar onde chegou.
Adoro o palco. Ser capaz de criar uma história que cative os outros e os faça embarcar num sonho... Adoro a natureza. Caminhar por vales, praias, rios, montanhas, planícies.

Sou informático por hobbie e profissão... Prazer e obrigação.

Nessas áreas não tenho problemas... Mas quando toca à emoções... só sei mesmo: "Navegar, Navegar..."

terça-feira, janeiro 23, 2007

Obrigado Bailarin'miga

Bailarin 'miga, obrigado por partilhares isto esta fantástico!!!

Besos

domingo, janeiro 14, 2007

Da Mariquinhas

13 de Janeiro 2007

Primeiro dia de 2007 em que tenho tempo e cabeça para voltar a escrever.

Depois de uma ausência destas lidas, resolvi hoje voltar a escrever algo...

Vou falar do local onde me encontro "Da Mariquinhas"!

Novo bar num dos bairros típicos de Lisboa. Um lugar acolhedor e calmo, recheado de livros e bons tangos argentinos.

Por toda a parte se respira o "cachimbo" típico da tunísia, vulgarmente conhecido por "chicha", acendido agora mesmo pela "Sra. Mariquinha" em pessoa.
A Oriana, nome verdadeiro da nossa anfitriã, oferece-nos um excelente local para passarmos uma tarde ou noite num agradável convívio cultural.
Com a sua sala recheada de livros de poesia, de audio-livros, e outros objectos do gênero, perdemo-nos um pouco no tempo e no espaço, a medida que percorremos a pequena sala cheia de lombadas de livros e cd's.

Fotografias alegremente colocalas num fila ordenada, de personagens míticas da cultura mundial, começando pela grandiosa Frida, passando pelo Luis Armstrong a tocar o seu trompete, até a outras fotografias mais engraçadas e de pessoas menos conhecidas. Todas elas (exceptuando a Frida) a preto e branco... Dando-nos um passadisso para o olhar percorrer.

No bar em cima, bebe-se a boa da imperial, e outras bebidas dispostas nas respectivas garrafas na prateleira atrás do bar. Comem-se as excelentes tostas mistas, tostas de queijo, tostas de presunto, mistura-se também o queijo de uma com o presunto da outra, junta-se o tomate, acrescenta-se um pouco de manteiga e folhas aromáticas...

Mesmo em cima da bancada onde o "Sr. Mariquinhas" (também conhecido por Changuito) prepara estes e outros respastos, estão 2 prateleiras lembrando-nos a casa da avó. Cheias de frasquinhos de doce e caixas de vários chãs.

Uma porta separa o bar dos lavabos, e ultrapassando esse portal de vidro, vemo-nos recheados de azulejos já escritos e pintados, com frazes e desenhos bastante engraçados, até desconfio que tal obra foi feita pelos "Mariquinhas" em pessoa.
Logo no primeiro lê-se:
"To do is to be - Satre
To be is to do - Henry Miller
Bo be bo bdo - Frank Sinatra"

Situado quase no fundo do Elevador da Bica, o bar esta aberto quase todos os dias. O casal "Mariquinhas" achou por bem retirar a segunda e a terça-feira, para seu descanço merecido.

O bar, todo preparado para que todos aproveitem um momento de bem estar, calmo e cultural, com um trompete e um trombone na sua mobília, tem também um televisor LCD "crown" para que os adeptos do desporto nacional possam vir bebericar as suas cervejas enquanto vêem os seus "herois" a correr no ecrã. Disse também que a mesma "crown" passa, em alguns dias filmes eleitos pelo casal. Mas disso não posso escrever muito pois ouvi em forma de boato...

O bar, com um candeeiro em forma de flor, convida toda as pessoas de bem a visita-lo.

E eu, este vosso atrofiado que adora escrever as suas diarreias nas paredes da internet, também vos convida a vir a tal sítio perdido nas ruas lisboetas.